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GRÊMIO DOS ESTUDANTES VITORIENSES – um agrupamento sócio – cultural e recreativo de Santa Vitória do Palmar

 

Pela simples falta de ensino ginasial e médio, hoje conhecido por Ensino Fundamental e 2º Grau, desde a tentativa da criação do Gimnasio Instituto Brazileiro em 1916, os nossos jovens de melhores posses econômicas e algumas honrosas exceções, se dirigiam para o centro do estado para cursarem esses períodos legais a fim de, com o diploma na mão, poderem adentrar em nossas poucas faculdades.
A grande maioria desistia já nos primeiros momentos devido a saudade do torrão natal e voltava para cá, assumindo a condição de proprietário rural. Apesar disso, muitos conterrâneos, em especial, os que não tinham heranças maiores que lhes garantissem o futuro, se dedicavam com afinco e muitas vezes, passando por momentos cruciais em suas vidas, mas, ao fim, contemplavam em suas mãos o tão sonhado documento e muitos voltavam para atuar por estes lados.
Os ginásios Gonzaga, Pelotense e o feminino São José, na cidade de Pelotas, o Lemos Junior e o Juvenal Muller, em Rio Grande, mais o IPA de Jaguarão, formavam um polo de atrações para a juventude. No entanto, Porto Alegre, com o grande Julio de Castilhos e os particulares Rosário, Bom Conselho, Sivigné e a Escola Militar, estavam entre as metas sonhadas por todos, sem falar nas faculdades de Pelotas, na capital e mais ainda, no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco, onde tivemos grandes médicos como Osmarino Terra e Osvaldo Anselmi e o grande bacharel em Direito, Manuel Vicente do Amaral, na capital bandeirante.
Era uma grande revoada de cabeças pensantes que se dedicavam ao máximo durante o ano letivo. Gostoso de ver, o vapor Rio Grande, lotado com a gurizada, cujo destino era o porto do Escorrega, apelido do de nossa cidade e o ônibus do José Santos. Alguns educandos ficavam pelo caminho, como era o caso do jovenzinho Anselmo Amaral, uma das glórias dos haveres jurídicos, que desembarcava no Arroito, na foz do Arroio Del’ Rei. Estávamos nas férias de julho e melhor ainda, nas mais longas, as do verão, quando a maioria, depois do fim do ano na “campanha”, se deslocava para os balneários da Barra e Hermenegildo.
A vida social e esportiva nesses períodos era regurgitante de alegria, união e quando acabava o descanso, a terrinha tornava a ser aquele marasmo sem fim, que, todos gostavam.
Por tanta festa, muito esporte e encontros, um grupo de estudantes “de fora”, como eram chamados, resolveram fundar uma entidade, sem fins lucrativos, que funcionasse nos meses descritos e assim surgiu o GRÊMIO DOS ESTUDANTES VITORIENSES, sem sede própria, já que seus membros se reuniam na casa mais espaçosa de um deles e quando a freqüência era maior, iam todos para os salões do Caixeiral e principalmente, o Comercial e durante as tardes esportivas, o faziam nos campos do Vitoriense e Rio Branco.
Era um grupo para valer e contaminava a juventude que estudava aqui, em nossas escolas e a sua fundação deu-se em 27 de fevereiro de 1941, como querendo manter os elos com estas plagas, já que brevemente todos voltariam aos seus locais de estudo. Foi na residência do sr. Oreste Patella, genitor de vários estudantes, que o encontro se deu e dele, surgiram o estatuto e a primeira diretoria que ficou assim constituída:
Presidente de Honra – médico Mario Teixeira de Mello
Presidente da diretoria – Mario Aguiar
Vice – Presidente – Fabio Patella
Secretário – Wolnei Flório
Tesoureiro – Lao Gonzáles
Diretor Esportivo – Carlos Rota Rodrigues
Conselheiros – José Bonifácio P. Estrela, Rômulo Spotorno, José Patella, Wolnei Rodrigues e Isaac Cardoso.
Esta agremiação tinha como referência as cores vermelha e branca e um distintivo que seus componentes levavam estampado nas suas camisetas. Grandes festas proporcionaram em nossa comunidade e os jovens sobressaiam pelas atitudes modernas, tanto na moda, como no falar, agora num “chiado” que os distinguia dos que ficavam na terra.
Quando da fundação do GINÁSIO DE SANTA VITÓRIA a rivalidade nos campos citados era grande, mas ao mesmo tempo, um dependia do outro, para o maior destaque de julho e do verão. Depois, em 1953, quando o nosso colégio formou sua primeira turma, surgiu o GRÊMIO OS EX-ALUNOS DO GSV e a medida que as escolas secundárias foram sendo criadas, o Grêmio dos Estudantes Vitorienses começou a definhar e desapareceu, lá pelos alvores de 60.
Esta entidade muito contribuiu para a evolução desta gente, mas acima de tudo, mostrou a eterna máxima de que, “juntos sempre seremos mais fortes”. Por ele desfilaram muitos homens que dignificaram o solo onde nasceram.





 

 
A jovem Lígia Spotorno (depois Petruzzi) a terceira madrinha do Grêmio ( foto da coleção da mesma)
 
O presidente Mario Aguiar, com o quepe do Colégio Pelotense na Barra do Chuí tendo ao fundo o arroio Chuí e o farol (foto do arquivo da senhora Lígia Spotorno Petruzzi)
 
Time de futebol do Grêmio dos Estudantes Vitorienses no campo do Esporte Clube Rio Branco quando de uma partida com o tricolor (acervo do agrônomo Carlos Alci Cardoso)
 
Flâmula do Grêmio dos Estudantes mostrando as cores vermelha e branca (coleção de Carlos Alci Cardoso)

 



 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br