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A Evolução Econômico-Financeira No Extremo Sul

Já corria célebre o 1.900, adentrando nos anos seguintes, com uma evolução destacada na área da economia, mas com uma forte inclinação para os grandes volumes da área exterior, já que a nossa fronteira com o Uruguai, que era composta de campos, rios e a lagoa Mirim, facilidades incomuns em outras regiões do Brasil e que proporcionava o troco do contrabando, num constante movimento, estabelecido mais para o lado em que o câmbio favorecesse, além da maior oferta de produtos nacionais, cujas bases eram aqui e que, em outras crônicas, neste espaço já citadas, grandes empórios como o dos Rottas, Anselmi, Patella, Estrela, edificavam no atracadouro do “Escorrega” grandes galpões para que os produtos chegados, um mínimo deslocados para nossa cidade e o resto, em direção ao pais vizinho.
O gado e lã possuíam altas cotações na Europa, EUA e em alguns rincões da Ásia na novíssima Revolução Industrial e dessa situação, o progresso de Santa Vitória do Palmar começava a se avolumar, fazendo com que, grandes capitais e riquezas monetárias, se acumulassem entre as elites daqui e desse modo, foram necessárias grandes empreitadas coletivas a fim de resguardar tanta prosperidade e assim, mesmo sendo, o fronteiriço estancieiro, altamente individualista, começou a criar uma série de instituições que serviriam para direcionar a economia e resguardar os valores monetários, por isso, vejamos:
Em 19 de Agosto de 1.906 foi criada uma entidade que não teve futuro, mas que serviu de marco para o quê acabamos de mencionar acima, a Praça Comercial.
Manoel de Deus Dias, proprietário jaguarense e que aqui possuía terras e que, embora residindo naquela cidade, sempre tinha os olhos para cá e era um viajante infatigável nas águas da Mirim, ora pelos navios Brasil, Juncal, América, Colombo e tantos iates, juntando-se ao ilustre conterrâneo, Manoel Vicente do Amaral, J. Benito Calvete, Pedro Rota, João da Silva e outros, propuseram formar uma entidade comercial que viria defender a economia deste torrão e mesmo sendo fundada, não passou de um grande sonho que viria a se concretizar depois;
Em 29 de Janeiro de 1.910, aquele, mais outros decididos companheiros, fundaram o Matadouro Municipal, cuja festa reuniu a nata de prósperos comerciantes e pecuaristas daqui, tendo à frente a Prefeitura Municipal e no local onde hoje está edificado o próprio estabelecimento, fizeram uma festa de inauguração do estabelecimento industrial e, como prova de amor à comunidade pobre, distribuíram carne, a todas aqueles que estavam presentes:
Em 2 de Janeiro de 1.912, como fruto de todas conquistas surge a Sociedade Pastoril, Agrícola e Industrial de nossa terra e que iria marcar uma nova era de prosperidade e salvaguarda de nossa produção, organizada por quase todos aqueles indivíduos citados, tendo como presidente o Cel. De Deus. Esta entidade, que também perdura até hoje, foi a mãe de nossa CASA RURAL e que hoje é o Sindicato Patronal e que teve a sua propriedade onde está hoje, por cedência, o salão do CTG Rodeio dos Palmares e tendo, um local na parte central da cidade, em frente a Prefeitura, na esquina da rua Neyta Ramos e João de Oliveira Rodrigues e assim como aquele outro local, serviu para o desenvolvimento da recreação tradicionalista, este, foi emprestado pela classe, para que aqui, em 1.950, funcionasse o GINÁSIO SANTA VITÓRIA, marco da evolução cultural de nossa gente;
Em 10 de Dezembro de 1.912, aparece a primeira entidade de crédito em nosso meio, que foi o BANCO PELOTENSE e que nesse dia, abriu suas portas para que a gente santa-vitoriense e fronteiriça do país platino, pudesse guardar suas riquezas financeiras e provocar transações creditícias, abolindo o sistema de guarda de valores pelas mais tradicionais casas comerciais. A presidência dessa instituição bancária teve como presidente o argentino Antônio Jaime Ross, figura de relevo na vida produtiva desta zona, e que foi, também retratado, aqui. O 1º prédio do banco foi nas esq. 13 de maio e gal. Deodoro.
Assim, já no segundo quartel de 1.900 nossa terra estava encaminhando-se para o seu grande desenvolvimento, embora, tolhido pelas dificuldades geográficas, que viriam a se modificar em tempo seguinte. Fomos, lentamente evoluindo para sermos um grande pólo de comércio e produção no Extremo Sul do Brasil.

Reunião no local do Matadouro Municipal da Elite produtiva de nossa comunidade

 

Inauguração da primeira sede da Sociedade Pastoril, Agrícola e Industrial.
A festa foi no local onde hoje está o salão do CTG, vendo-se a presença da Banda Vitoriense fundada em 1.910;

 

Segunda sede do Banco Pelotense, entre o sobrado de Plácido Terra e o Jockei Clube na rua Gal. Deodoro, onde hoje se encontra o Banrisul.

Pergunta da Semana: Que família era conhecida por os TURUNGUENGAS e por que levava esse nome?

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br