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A FAIXA DE CIMENTO – CURIOSIDADE SOBRE A SUA CONSTRUÇÃO
A Rua do Comércio, depois, Treze de Maio e hoje
Barão do Rio Branco

Já falei neste espaço sobre as dificuldades de trânsito em todo o município e mais ainda, em nossa cidade. O solo formado por areia e barro sempre foi um entrave para o desenvolvimento viário desta gente.
As pedras que tanto precisamos se encontram a uma distância de pouco mais de 20 Km., do outro lado da Fronteira Sul, passando o arroio São Miguel, onde o derrame basalto do Planalto Meridional Brasileiro aconteceu naquela margem da Mirim.
Pena que na questão diplomática, quando cedemos em condomínio ao Uruguai a posse das águas dessa lagoa, não exigimos um pedaço desse território com material que tanto precisamos, mais o saibro, que por estas bandas chamamos de balastro. Questão não vista naqueles tempos do ano de 1909 e 10.
As pessoas que demandam a esta zona ficam intrigadas pelo fato de possuirmos a nossa rua principal formada por cimento, a Barão, carinhosamente chamada por todos daqui, que construída em fins de 40 e concluída em 1952, ainda se encontra sólida, apesar do movimento constante, principalmente, o pesado, já que na época não existiam caminhões de tantas toneladas.
Este fato prendeu-se à condição de que, com a construção do Porto de Santa Vitória do Palmar, o acesso até a cidade era muito difícil, devido ao arroio Tio Bento, onde existia uma ponte estilo açoriano, no local chamado Passo do Colchão e os banhados chegavam até a beira da cidade. Para resolver esse impasse pretendeu o Departamento de Portos e Vias Navegáveis, órgão federal a quem estava afeto o trabalho, estabelecer uma pequena linha férrea de 5 Kms para transportar as cargas que viriam desde “a ponta do cáis” até o centro de nossa urbe. No entretanto, com a visão da engenharia, mudaram-se os planos e resolveram fazer uma estrada de cimento que hoje leva o nome de benfeitor da obra, Getulio Vargas.
Seu trajeto estava traçado assim: saia do limite onde normalmente ás águas lacustres chegavam durante as cheias desse importante reservatório lagunar e ao passar onde hoje é a Cooperativa de Lãs, daí, numa linha reta, subiria a Coxilha do Palmar de Lemos e passaria pelo lado sul do necrotério, onde está a Santa Casa de Misericórdia e desembocaria na Mirapalhete, quase em frente a Delegacia de Polícia Estadual. Por arranjos e interesses, a mesma estrada, no primeiro ponto referido dobrou para o norte, cruzou o Riacho e na Casa Patella, infletou para leste, chegando até a praça Mal. Andréa e daí, atravessou nossa rua principal.
Aqui é que as cousas mudam! A verba que estava nas mãos do engenheiro Silvio Lima dava para somente chegar até a curva citada e num trabalho matemático e uma pequena verba da Prefeitura Municipal em mãos de João de Oliveira Rodrigues, a quadra que se estendia desde a Andradas até a Mal. Deodoro, ficaria mais estreita e daí até a Francisco Osvaldo Anselmi, seguiria com a largura que conhecemos.
Da Praça Getúlio Vargas até a Avenida Bento Gonçalves o leito continuaria a ser de areia e barro, mas novamente, entram em cena aquelas figuras já citadas e com as forças vivas da comunidade, algumas pequenas ajudas estaduais e federais, o trecho pôde chegar até ao Colégio Estadual.
Conseguimos essa melhoria que dura até agora, mas vemos que nos locais apontados a “Faixa é mais Curta”, que dificultava o trânsito, melhorando quando na parte leste foi calçado com pedra irregular e no lado do mar, modernamente, com bloquetes.
As fotos estampadas nesta crônica mostram essa curiosidade que se nos apresenta e que tanto chama a atenção daqueles que nos visitam, já que nós, os descendentes daquela gente que conseguiu tão importante melhoria, estamos acostumados a ver.
Esta foi uma luta importantíssima que marcou a honestidade dos trabalhos daquela época, porque a construção ainda hoje apresenta uma solidez importante, mais ainda, demonstra a dedicação de um engenheiro que viu no trabalho feito, um importante serviço à comunidade santa-vitoriense e nossos administradores fizeram de tudo para que esta cidadezinha do sul resolvesse mais um de seus problemas: - o calçamento da rua principal com uma Faixa de Cimento.

 

Construção da Faixa de Cimento entre a Mirapalhete e Sete de Setembro frente ao Clube Caixeiral
Trabalhadores construindo no espaço entre a Deodoro e Mirapalhete frente ao Clube Comercial
Trabalho na mesma quadra do Clube Caixeiral
 
Outra vista da construção da faixa vendo-se os jovens passeando por ela, da esquerda para a direita, Olavo Marzullo, Chico Rota e o malogrado professor José Simões, um dos maiores que passou por esta terra
Trecho desde a Praça Getúlio Vargas para o leste vendo-se nas
extremidades a complementação com bloquete “Stien”

 

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br