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O RECEPTOR DE RÁDIO NA ZONA DO CHUÍ, 18 DE JULHO E ARREDORES.

LUCIO CABRERA – UM FRONTEIRIÇO AMANTE DA HISTÓRIA E DOS RÁDIOS

O começo de emissões radiofônicas nos céus da fronteira sulina foi, como em todas as partes do planeta, um momento de grande atração e mesmo, com as parcas possibilidades técnicas, “escutar rádio”, transformou-se num verdadeiro desejo de todas as populações.
Os ricos desfrutavam do grande progresso, mas nos núcleos interiorâneos mais pacatos, estes proporcionavam aos que não possui condições de ter em mãos o novíssimo objeto de desejo e consumo, o seu desfrute.
Se fosse na campanha, o patrão convidava seus empregados para, após uma jornada estafante de trabalho , postados ao lado de fora da sua residência, para ouvir notícias e músicas de outras plagas e o futebol.
Nas cidades pequenas como as nossas, o aparelho ficava colocado estrategicamente próximo à janela ou porta, para que os transeuntes recebessem e apreciassem o som radial.
Nas zonas do CHUÍ e 18 de JULHO não foi diferente e toda a evolução dessa conquista do progresso criado pelo padre gaúcho Landell de Moura que não chegou a se desenvolver e sim do italiano Marconi, contribuiu para a cultura regional.
A instalação e desenvolvimento dessa situação está narrada na pena arguta de um uruguaio fronteiriço nascido na cidade de São Luiz, lá do outro lado da Mirim e que tanta ligação teve com Santa Vitória do Palmar.
LUCIO CABRERA, menino pobre, criado no campo, através de um esforço constante e determinação férrea, galgando os postos de trabalho desde as lides rurais, no comércio diminuto, até chegar a ser funcionário do Ministério de Ganaderia da República Oriental do Uruguai, sediado nas imediações da fronteira já citada.
Nascido em 13 de dezembro de 1922 quando a Europa e América do Norte davam começo a aplicação do contato das Ondas Hertezianas, unindo povos diferentes e modificando hábitos, que pelas distâncias, eram localizados.
Sempre foi um defensor da História Pátria e também, do Brasil, uma terra que aprendeu a amar, principalmente nosso município, onde possui grandes laços de afetividade, mais na figura da família Graña de onde é originária a sua companheira de toda sua vida, Anedia Alicia Rodrigues.
Possui um trabalho, publicado como o título demonstra a sua capacidade de observador, “HISTORICO DEL RECEPTOR DE RADIO EM LA ZONA DE CHUY, onde demonstra com clareza o seu testemunho e de muitos dos homens e mulheres que com ele conviveram.
Para tanto comprovar tal contribuição, LUCIO CABRERA remonta-se à fundação do povoado de 18 de JULHO, que luta para que seu nome não seja mudado para São Miguel, já que essa denominação portuguesa continua afirmando-se na fortaleza e no arroio que segue sendo um dos pontos que limitam e unem estas duas grandes nações irmãs.
Lembra a chegada de imigrantes, espanhóis, alemães, suíços e tantos outros que localizados na área, contribuíram para o desenvolvimento da região.
Destaca a fase heróica do Rádio, com Leopoldo Vógler que, chegando na fronteira veio para Santa Vitória do Palmar e depois, por laços de amor ficou mimetizado na família Fossati, no Chuí com a a mocinha bonita Laura.
O “alemão” Vógler mostra a evolução dos povoados e no fim dos anos 30 passou a produzir, comercializar e compor os aparelhos tão caros e de difícil reposição de peças.
Estes enormes “caixões” da marca Continental, Sentinel PYE e os modernos Zenith, Pilot, General Elétrico, Vitor e tantos outros, sem falar naqueles que, com peças trazidas de Montevidéu eram confeccionados aqui, por ele, foram ponto alto de uma longínqua sociedade.
A alimentação de energia para fazê-los funcionar era outro grande desafio e depois que foram adaptados os carregadores eólicos ou em motores à gasolina, o uso passou a ser mais seguro, proporcionando um constante funcionamento dos mesmos.
LUCIO CABRERA, em seu trabalho sucinto segue detalhando a vivência das gente de ambos o lado da fronteira na zona de São Miguel brasileira na figura de Sebastião Estrella, progressista comerciante que proporcionou uma prole, dando-nos uma grande família de luso-santa-vitorienses, grande aficionado dos receptores.
Em idade avançada, morando na cidade do Chuy, LUCIO CABRAEIRA com grandes ligações com nossa cidade (seu filho falecido foi presidente do Jockei Clube santa-vitoriense) assiste a grande evolução das comunicações por ondas, agora, garantidas por satélites que ele nem pensava um dia ser o elo de ligação do mundo e recorda as aventuras de Júlio Verne, mas encanta-se com tudo que vê em seu redor, evoluindo.
Se o leitor desejar acompanhar o progresso das transmissões radiofônicas nesta área sulina, procure este trabalho do culto e dinâmico LUCIO e acomode-se calmamente em sua sala, apague a TV e simplesmente............”PRENDA O RÁDIO”.

Anedia Alicia Rodrigues esposa de Don Lucio cercando o rádio da época juntamente com amigas. (Foto da Família).
Historiador Lucio Cabrera em sua residência na atualidade na cidade do Chuí. (foto do autor).

 

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br