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Os Árabes em Solo Santa-Vitoriense

Vão chegando os TURCOS e o reboliço acontecia nas estâncias ricas ou ranchos pobres de beira de estrada. Popularíssimos eram estes imigrantes asiáticos que contribuíram muito nas comunicações do interior brasileiro.


Ai vem os TURCOS, que não são TURCOS! Mas, e então, porque são chamados os Árabes de TURCOS? Simplesmente pelo fato de que quando de sua chegada no Brasil, em especial, na primeira metade dos anos de 1900, alguns paises do Oriente Médio estavam sob o domínio da Turquia, como a Síria, Líbano, principalmente e em seus passaportes que traziam, dizia, “Nacionalidade Turca”.


Muitos não gostavam, mas sempre quando faziam referência a eles, diziam serem eles dessa origem, fato é que, como misturar, francês com inglês, mesmo que viviam geograficamente próximos. Tantos não gostavam de serem chamados assim, mas a inclinação popular jamais pode ser contestada e é por essa razão que esse grupo étnico árabe levou sempre o nome dos otomanos, que não lhes caia muito bem.


Aqui em Santa Vitória do Palmar, os descendentes das terras asiáticas, ao lado da África e Europa, vieram, em sua grande maioria, a partir dos anos que antecederam a la. Guerra Mundial, em 1914, embora se estendessem até a 2a , para depois no período dos 60, com as lutas entre eles e os judeus, também chegassem mais contingentes, principalmente Palestinos, Jordanianos e outros, notadamente para o extremo sul, na fronteira do Chuí onde deram um grande impulso ao desenvolvimento da região.


Os TURCOS eram conhecidos em todo o município já que as distâncias eram muito grandes e de difícil acesso e pelo isolamento, os mascates eram os únicos veículos de contato, trazendo as últimas notícias, a moda, remédios e sendo o agente de movimentação monetária quando ainda não havia bancos aqui e depois da criação do banco Pelotense, da Província e mais tarde, do Brasil, foram os seguros estafetas que transportavam grandes valores em dinheiro, com segurança.
Em nossa terra os Árabes que mais se destacaram foram os de origem libanesa e síria e muitas famílias se integraram em nossa sociedade formando grupo de cidadãos que se transformaram em figuras importante onde atuaram. Os “TURCOS” sempre tiveram uma gratidão pelo lugar que lhes dava abrigo e onde exerciam sua atividade comercias, primeiro, percorrendo estas nossas grandes caminhos, para depois, se estabelecerem na cidade ou vila do Chuí de então, com um comércio de lojas de tecidos e armarinhos. Após esse período muitos, por melhoria financeira ou ligação com família abastada do local, transformaram-se como os italianos, em prósperos proprietários de campos e alguns se dedicaram à política, sendo que uns galgaram cargos de vice prefeitos, como Ibraim Boabaid, libanês de nascimento e Hassain Lima Pereira, saído da mistura santa-vitoriense e asiáticos, que foram, Mario Martins Pereira e Otília Lima e que nasceu neste rincão bem brasileiro.


Nomes desses imigrantes ficaram perpetuados em nosso meio, como os irmãos Miguel que a profª Elinha Naparo e sua gente os chamava de o grande pequeno, dos Duquias, Fuad.Felipe Karan, Kalidio Kallil, casado com a também professorinha, da. Isaura e que é a única que mantém uma loja daquele tempo e que está localizada na Barão do Rio Branco, com o nome original de casa Nova, os Tuffic, Abeiche, Cathita, os Salomões, como o Valdemar que veio de Jaguarão, alem, de Ramão Suaya e para finalizar, devo uma constatação e que se refere a uma família que não é árabe e sim, verdadeiramente Turca, a Gazal, que da Antióquia, na Turquia e tendo na figura de João Gazal o destaque e que sempre esteve incluído no rol dos levantinos e que nunca se diferenciou dos demais, pela cidadania.


Santa Vitória do Palmar e o Chuí, devem muito a esses personagens que fizeram daqui, sua verdadeira pátria e que mesmo não abdicando de suas origens, língua religião, comidas e demais fatos de sua cultura, sempre estiveram perante à comunidade como irmãos, integrando-se aos nossos modos e sendo definitivamente cidadãos do Brasil.


Agora, quero deixar um preito de gratidão aos poucos árabes que agora para cá vem, nas figuras de Husein Ahmade, Salin Salen e Asam Musa e para aqueles que deixaram entre nós seus descendentes as figuras, ele plácido e comedido, ela, elétrica e vibrante, que foram os meus avós maternos, Ramão e Salime Suaya.

 

Ramão e Salime Suaya

 

Kalidio Kallil e Isaura (Casa Nova)

 

Mario Martins Pereira (Omar Abbas)

 

Jorge, Jamila e João Gazal

 

 

Pergunta da Semana: Que família era conhecida por os TURUNGUENGAS e por que levava esse nome?

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br