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Os fatos importantes do fim do Império e do século XIX

Havia, ao terminar o século XIX, pouco mais de 6.500 pessoas nesta imensa área de terras no extremo sul do Brasil. Com grandes dificuldades de comunicação com o norte, desenvolvíamos nossa brasilidade que até hoje nos enche de orgulho cívico. Somos brasileiros por escolha, nada mais do que isso! Enfrentamos os mais importantes feitos acontecidos, como a triste guerra do Paraguai e a abolição da Escravatura, até chegarmos à proclamação da República, que transformou a vida política da nação.
Éramos um núcleo populacional de pouca expressão, mas, que altaneiro, estava plantado olhando ao sul e procurando desenvolver o espírito de civismo entre nossa gente formada de herdeiros da cultura luso-espanhola, platinos, imigrantes (entre os quais se destacam os italianos, depois, os árabes) e hoje, uma gama de adventícios que formam a nossa sociedade. A economia era na base da pecuária, com um expressivo rebanho ovino, antecedido pelos vacuns e cavalares. Era incipiente a atividade comercial que despontava para a fronteira via arroio São Miguel, num próspero contrabando de mercadorias que enchia os mercados orientais.
A vida político-partidária era das mais acirradas. Fomos enfrentar o fim deste período centenário com grandes querelas eleitorais, reflexo de vida nacional. Aqui pontificavam homens da expressão de um Gumersindo Saraiva (o "tigre de Curral de Arroios") e o bacharel em direito Manoel Vicente do Amaral - iniciado nas idéias positivistas com aqueles que seriam os grandes vultos da nação, como Júlio de Castilhos e Antonio Borges de Medeiros e aqueles iluminados homens da cultura saídos das escolas universitárias de São Paulo e Recife e que viriam a nortear os destinos da Pátria, como prudente de Moraes, Campos Sales e outros.
Aqui assistimos uma a evolução lenta de nossa luta para que o Brasil desse liberdade aos negros (e que já transcrevemos em outros momentos), guindados a um maior estágio político quando pela lei nº 1736 de 24 de dezembro de 1888, fomos transformados de simples parte do distrito do Taim, em Rio Grande, em município. Ficamos autônomos e, até hoje, compomos mais uma célula da vida administrativa do Brasil. Logo após a emancipação e organizados para essa nova realidade, estivemos assistindo à proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, notícia esta que chegou até nós uma semana depois do evento acontecido.
Finalizamos a nossa trajetória desde a fundação da Povoação de Andréa num evoluir constante, embora lento, já que essas coisas aconteciam muito devagar, principalmente nestes rincões austrais. Desenvolvemos os ditames de uma sociedade que se preparou política e culturalmente para entrar no novo século de forma lenta e gradual, acompanhada de todas as dificuldades inerentes ao contexto geográfico em que estávamos inseridos. Em 10 de maio de 1891 tomou posse a nova junta republicana, que teve como componentes os senhores Antônio Bernardo de Mendonça, o médico Alípio Santiago Corrêa (a quem recaiu o comando da organização) e João José do Amaral.
O município extremo com sua cidadezinha pequena já estava pronto para a nova realidade brasileira e deu um salto populacional, passando do número de habitantes transcrito no início, para um novo agrupamento de quase 10 mil pessoas, que iriam promover o desenvolvimento, mas acima de tudo, a manifestação de brasilidade que sempre teve como apanágio de todos nós que aqui vivemos.

 


Vista de Santa Vitória do Palmar desde a praça Marechal Andréa e que já toma forma como herdeira de uma urbe açoriana do fim do século XIX

 


Pergunta da semana:

Quem foi Alcides Maia e o que esteve fazendo em nossa cidade? Qual o ano dessa visita?


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br