HELENA ESTRELA PEREIRA E
JUSTINO AMONTE ANACKER
A CALHANDRA E EL RUI SEÑOR DOS PALMARES
É muito agradável escrever crônicas
sobre figuras que encantam a lírica de nossa Terra.
Por seu encanto na voz, de uma pureza infinita e quase eterna,
vai passando pelos ares sulinos estes sons que parecem saídos
das aves que adjetivamos acima.
Helena é tudo isso na rapsódia que pretendeu
o poeta para marcar na posteridade um momento impar da nossa
vida cotidiana em tão longínquas paragens
deste Brasil imenso. Saída de dois clãs originários
da Mãe-Pátria, dos Sousa e Estrela, desde
menina viu-se envolvida numa afanosa ação
de ajudar o próximo com suas festas e trabalhos entre
todos, para que os mais necessitados tivessem, principalmente,
um agasalho para enfrentar os rigorosos invernos da região
de ventos e geada.
As tertulhas artísticas realizadas em nossos clubes
sociais e no Cine Theatro Independência sempre contando
com a boa vontade desta gente citadina, rendiam fundos para
o fim que narramos e ajudada pelo entusiasmo interminável
da professora Clair Pinto de Oliveira Torino.
Os “Festivais” eram imperdíveis, mas
o que mais gosto dava nas platéias eram as “Boites
da Alegria”, tema que será motivo de uma crônica
neste espaço, onde a modo das “Chanchadas”
do cinema brasileiro, apresentavam-se artistas e candidatos
a participantes no canto, pequenas peças, inclusíve
de autores locais, mais, as declamações, duplas
caipiras e tantas outras manifestações.
Uma das grandes ações da Helena, que ela muito
se orgulha, foi a campanha liderada pelo médico Luis
Carlos Scherer, para dotar a nossa Santa Casa de um bloco
cirúrgico, hoje uma realidade apreciada e usada pela
comunidade.
Esta dama de nossa sociedade e apelidada justamente de a
Calhandra dos Palmares juntou à sua existência
um descendente de imigrantes árabes, Hassain Lima
Pereira, empresário e político, dando-lhes
como recompensa os filhos Mario e Cristina.
Ainda segue com sua voz clara, forte, límpida e romântica
a encantar aos cidadãos do lugar e por seu valor,
mulher, artístista e voltada para a benemerência,
desde os seus anos bem vividos e num tempo ido teve a honra
de receber do Rui Señor uruguaio, castilhense de
nascimento e que passou a viver entre nós, que foi
o poeta e escritor romântico e amargurado Justino
Amonte Anacker, que dedicou-lhe uma poesia que retratou
a figura incomparável, principalmente na área
do canto merencório e triste.
Agradecemos a possibilidade de termos vivido juntamente
com Helena Estrela Pereira por tudo que fez e foi, o que
despertou na verve desse vate ressentido e triste, aquilo
que ela foi e poderia realizar, como aconteceu.
Helena, permite que transcreva estes versos para todos,
pelo que tu foste, e continuas sendo a Calhandra dos Palmares.
Obrigado.
A MODO DE RAPSÓDIA
Eres Helena en todo
Por tu gran corazon
Por tu garbo
De criatura de Dios
Helena!!@
Por el Rui Señor
Mistico
Que en tu garganta:
Canta!
Animado el alma
Del villorrio
E aciendo-se gavota
En la montanha!!
Por tus ojos:
Rosario de dos cuentas unicas
I engarces de milagro:
Por la pila
Baustimal de tus labios
En la umedá de ellos
Ai el Agua Bendita
Que santifica
Que redime
En el amem de los besos!
Eres incomprendida
Como las diosas
Lo explica tu obstracion
I tu soleda entre todos
Esculpe tu soberania
De mujer Helena
Jamas como los herios
De Homero
Te arrodiges para morder la tierra
Busca el olimpo
Elevate hasta el sol
Pues tienes
De altura i cumbri
El espírito i el alma!
No entregues tu tristeza intrinsica a nadie!!
Quando quieres colmarla
Encierra-te en ti misma
Conesse Rui Señor
Que anida en tu garganta
I si pasan los poetas
Qaue sufrem como tu:
Canta!
Canta mucho
Canta siempre
Canta!
|