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A iluminação pública no século de fundação da cidade


Na segunda metade dos anos 1850 nossa cidade era possuidora de ruas arenosas, de difícil acesso, mas com a ausência dos carros a motor, o tráfego era executado por veículos tracionados por animais. Eram poucas as vias urbanas, tomando por base a Rua do Comércio - depois Treze de Maio e hoje Barão do Rio Branco. A iluminação era de caráter precário, sendo nada mais que uns pontos embaçados de luz em algumas esquinas.
A primeira forma de luz nas ruas foi a de faróis postados nos cruzamentos principais, onde se colocavam lampiões fixados em hastes de ferro que ainda hoje se vêem em algumas residências citadinas. Eles eram inicialmente alimentados com óleo de baleia, prática esta desenvolvida em quase todas as partes do Brasil, inclusive nas grandes metrópoles nacionais. Mais modernamente, ainda naquele século, o combustível citado foi substituído por gás de acetileno, vendo-se nos bojos das luminárias um tanque para o produto, grande conquista da época, até chegar, no início dos anos 1900, a energia elétrica pública e residencial.
Voltando ao tempo descrito, queremos destacar que o processo trabalhoso se fazia com um funcionário municipal, que pela tardinha vinha com uma vara, tendo na ponta uma mecha de pavio ardendo e provocava a iluminação. Pelo amanhecer, com um abafador do outro lado, apagava o objeto de luz. Cabe destacar o mister que deveria, noite e madrugada, percorrer as pequeninas ruas de nossa cidadezinha natal, com qualquer tempo e sob toda circunstância e praticar tão importante tarefa. No entanto, em determinadas ocasiões do mês, se não houvesse nuvens e fosse semana de lua cheia, o "acendedor de lampião" abdicava de sua faina, pois, por motivos de economia, era dispensado de iluminar nossas vias urbanas.
Das mãos de vários artesões saiu a feitura dos vetustos lampiões que pouca luz davam, mas eram muito úteis. Lembramos então os gringos Ferrari, estirpe de família vinda da Itália e que aqui desenvolveu sua laboriosa atividade; também apontamos o peninsular Malugani, um dos mais destacados imigrantes que deixou uma família atuante em nosso meio e tinha como profissão a fé de "prender" os lampiões, para o nosso conforto.
Este serviço público municipal que narramos demonstra a tênue evolução de nossa localidade sulina e a conquista de mais uma ação que nos deu segurança e conforto, a qual, mesmo sendo simples e pouco produtiva, demonstrava a esperança de um futuro melhor nesse setor, que chegou efetivamente nos alvores de 1900, com a tão sonhada iluminação elétrica.

Residência onde se vê a haste de ferro na qual eram colocados os lampiões e que até hoje ali perdura

 

Vista dos lampiões já no século XX, em frente ao Banco da Província (hoje Santander) e da Casa Anselmi, no cruzamento das ruas Conde de Porto Alegre com 7 de Setembro

 


Pergunta da Semana:

Quem foi Serafim Pires e onde atuou na maior parte da sua vida?

Resposta: Com a colaboração do pesquisador Rubens Carrasco, que respondeu à nossa pergunta, Serafim Pires foi um pequeno proprietário rural da zona de João Gomes e Geribatu, mas destacou-se no trabalho de açougueiro do balneário do Hermenegildo, sendo inclusive carneador e distribuidor entre os veranistas que compravam seu produto de porta em porta dos ranchos.

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br