Quem somos
Coberturas
Notícias
Revista
Entrevistas
Enquetes
Arquivo
José Golgerci
Políbio Braga
Colaboradores
Zero Hora
Correio do Povo
Diário Popular
O Globo
Gazeta Esportiva
Clima Tempo
Weather Channel
UFPel
Tempo Agora
Banco do Brasil
Banrisul
Bradesco
Caixa Federal
Santander
Secretaria Fazenda RS
Receita Federal
Proc. Geral da União
TRT
TRE
INSS
Detran-RS
Consulta CEP
Lista Telefônica
 
 

OS COLEGAS DO FUTURO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DO BRASIL
Nova era do direito em Santa Vitória do Palmar
Os advogados Francisco Cava, Cândido Auch Ribeiro e Andy Emílio Matte

Os anos 30 já se aproximavam do seu final quando na faculdade de Direito de Porto Alegre recebiam o grau de Bacharéis em Ciências Jurídicas os conterrâneos Francisco e Cândido que depois de uma formação na cidade de Pelotas passaram à Capital que depois do estado e naquele centro receberam tão almejado diploma e prontamente os mesmos mergulhõezinhos se deslocaram para nossa terra, a fim de iniciar uma carreira no Fórum local, o quê fizeram pelo resto de suas vidas, com dedicações, honradez, marcando mais um período do desenvolvimento das letras jurídicas numa área tão distante e agitada nos confins sulinos do Rio Grande do Sul.
O jovem acadêmico Cândido Auch Ribeiro em adiantado namoro com a jovem Mari Cardozo que estudava no internato da tradicional escola porto-alegrense, o Bom Conselho, fazia as visitas semanais nos “dias” que eram permitidos pelas freiras para os encontros tão esperados.
Lá se encontrava uma prima da prendada moça, Flora, que também havia se deslocado para aquelas paragens em procura do desenvolvimento cultural que por estes lados não conseguia.
Nessas estadas românticas o jovem bacharelando santa-vitoriense, tendo como companheiro outro rapaz nascido em Porto Alegre que, por força de pertencerem a turma de futuros causídicos das leis, formaram uma sólida amizade que durou por toda a vida, mesmo com as refregas dos tribunais e da política.
Este moço chamava-se Andy Emílio Matte de origem germânica como o Candinho e diferente do daquele que formava o trio, o Chico Cava, que era saído dos ancestrais italianos, da família do conhecido Chico Cava, fazia constantes acompanhamentos à escola e da relação com a prima Flora, formou um relacionamento que terminaria em namoro e após, matrimônio, tão cedo extinto pelo precoce falecimento da jovem estudante.
Foi essa razão que Andy aportou por estas bandas e daqui não saiu mais, onde depois da viuvez formou outro lar com a senhora Inês Oliveira, de gente tradicional de nossa terra.
Estes três moços, nos alvores de 40 para nossa cidade vieram e aqui constituíram bancas de advogados e passaram a ser figuras de destaque, tanto no meio profissional, social, mas, sobretudo na esfera dos trabalhos forenses, onde tiveram grande respeito entre seus concidadãos.
A inclinação jurídica os fez batalharem no âmbito político partidário e quando da redemocratização em 1945, Cândido Auch Ribeiro formou fila na União Democrática Nacional, sob a liderança local de Osmarino de Oliveira Terra, sendo vereador, inclusive guindado várias vezes a Presidente da Casa do Povo.
Andy Emílio Mate e Francisco Cava, que a contrair casamento com uma das moças mais destacadas da nossa comunidade, médica Nazir Vasques, se filhiaram às idéias de Raul Pílla, no partido Libertador, onde foram figuras de proa, lutando pela implantação na organização de um novo sistema de governo, conhecido por Parlamentarismo.
Durante o período inicial de nossa Democracia estes jovens juristas se empenharam em participar nos embates políticos-partidários e nas suas respectivas organizações se apresentaram à consideração eleitoral onde, Andy e Cândido participaram como candidatos a verenança, sendo ambos eleitos, fato que repetiu-se por outras legislaturas. Francisco, numa aliança efêmera, foi candidato a Prefeitura Municipal, pelo Libertador, tendo como companheiro o pecuarista, homem de respeito entre todos, Otílio Amaral, do Partido Trabalhista Brasileiro, mas que não conseguiu vencer.
A curiosidade na vida desses três cidadãos que tanto deram por sua terra, embora um dele era de fora, foi o fato de serem colegas nos bancos escolares da grande Faculdade de Direito do nosso estado, de um jovem rico de São Borja, na fronteira oeste, mas ligado às cousas do campo e da vizinhança de língua espanhola, através do Uruguai e Argentina e que se chamava João Belchior Goulart que era afilhado do ex-presidente Getúlio Vargas e se tornou ministro, deputado, senador e pela desgraçada renúncia de Jânio Quadros, uma das tantas aventuras eleitorais que este pais viveu e que, por causa disso, levou o Brasil a mais ferrenha ditadura militar e que tanto mal fez para a maioria do povo brasileiro, foi guindado a presidente do pais.
O advogado João Belchior Goulart, não viveu os embates dos meios forenses porque dedicou-se a política e seguiu um rumo diferente. Em determinadas ocasiões, quando em campanha política chegava na terra dos Verdes Palmares, fazia um tempo para encontrar-se com os três colegas de Faculdade, mesmo em lados opostos, porque era do PTB, fundado por Getúlio. Era um instante de lembranças juvenis, dentro de um respeito mútuo prolongado aqueles instantes que os bancos escolares lhes havia proporcionado.
O tempo foi passando e os bacharéis aqui em nosso meio seguram a vida que se propuseram, enquanto, João Goular, alcançava o mais alto grau administrativo até o momento em que foi derrubado quando pensou nuns pais livres sem tutelas externas e uma participação de todos nas oportunidades que deveríamos ter.
Estes moços mostram, cada um a sua maneira, que a forte amizade não é separada pelos grandes embates da vida. O Presidente da República nas alturas do planalto central, em Brasília, Cândido Auch Ribeiro, Francisco Cava e Andy Emílio Mate, construíram uma marca de trabalho e fé nos destinos da Pátria, mesmo que cada fosse de lados diferentes, desde estas longíncuas paragens chãs deste imenso Brasil.

 

João Belchiort Goulart - Presidente da República (Cedida pelo Bacharel Anselmo Amaral)
Andy Emilio Matte (Gentileza de Dona Inês O. Matte e família)
Cândido Auch Ribeiro (Cortesia da família através de José Cândido Cardoso Ribeiro)
Francisco Rotta Cava e sua primeira carteira da OAB (foto da família numa gentileza de Vilson Paulo e esposa)

 

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br