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UM MILITAR DA PAZ E DA JUSTIÇA SOCIAL

CAP. NESTOR CORBINIANO DE ANDRADE

 

É comum ver-se uma rua em nossa cidade com seu nome e também, a praça do Chuí, onde começa no seu perímetro urbano, as homenagens prestadas a este conterrâneo.
Quem foi o vulto que mereceu tão importante honra?
NESTOR CORBINIANO DE ANDRADE nasceu em Santa Vitória do Palmar, e viveu seus primeiros anos de vida no interior, trazendo o espírito de largueza e liberdade, característico dos homens da campanha pampeana. Bem mocinho, aos 16 anos de idade, já que havia nascido em 1907, sentou praça em Rio Grande e depois, seguindo a carreira militar, passou para o 9º R1, de Pelotas. Era conhecido por CASTELHANO, derivado o apelido, da maneira de falar da gente de nossos pagos, pela influência da fronteira uruguaia. Grande jogador de futebol, depois de uma contusão, passou a ser técnico e ao mesmo tempo, transformou-se no “anjo da guarda” dos mergulhoeszinhos que chegavam ariscos para o quartel e alguns, astros da bola, não ficavam ao terminar o período de caserna.
Orgulhava-se da conquista, pelo Regimento, depois, chamado Farroupilha, em 35, com muitos companheiros da terra, como Coruja, os irmãos Birilas e o inesquecível Cardeal, o campeonato estadual de futebol.
Em sua carreira, como soldado, participou da revolução de 1923, 24 e em 32, num momento de grande agitação bélica no pais.
Em julho de 1944 partiu para a Europa, no contingente da Força Expedicionária Brasileira, acompanhado de outros santa-vitorienses, que serão relembrados noutra crônica sobre esta triste conflagração mundial.
Na Itália participou da tomada de Monte Castelo e nesse instante, com destacado heroísmo, foi ferido gravemente. Recuperado e com o fim do conflito, voltou para nossa Pátria e recebeu várias condecorações, entre as mais importantes, como, a Cruz de Combate de 1ª Classe, Medalha de Sangue do Brasil, Medalha de Guerra e Medalha da FEB.. Sua bravura foi reconhecida pelo governo americano que lhe concedeu a Medalha da Estrela de Bronze.
Finalizando sua carreira militar reformou-se como capitão do exército, honrando os seus pares e a instituição.
Casou-se com a profa. Carmem Turnes Passos, tendo-lhes nascidos os filhos Túlio e Márcia e daí, em diante, tornou-se um pequeno pecuarista nas terras do Albardão, zona que o viu crescer e encantar-se pelo mar de sua querida Santa Vitória do Palmar.
Foi político militante do PTB e sempre esteve engajado na luta partidária das causas trabalhistas, tendo como espelho a figura de Getúlio Vargas.
Em 1967, em plena era trágica do golpe de 64, Nestor Corbiniano de Andrade, não poderia deixar de se indignar com as atitudes desumanas e atrocidades de seus companheiros de farda, contra as atrocidades de alguns companheiros de farda.
Em fevereiro de 1968, no quar
tel de Pelotas sofreu um impactante interrogatório. Era acusado de “subversivo”, como se seus chefes de então, não fossem os verdadeiros atentadores contra a ordem disciplinar e numa atitude, ainda maior, de desasombro, retirou-se do tribunal, indo para sua residência, não participando daquela farsa e teve o prédio em que vivia, cercado pelas forças da repressão. Esperou a prisão que não aconteceu.
Quando o presidente da república esteve em Pelotas, em 1968, o nosso patrício foi desagravado por ele, de tão grande infâmia.
Nesse mesmo ano, estando com a família, novamente nos campos à beira mar e entre as areias e campos do já citado local, onde iria adquirir terras para o seu novo mister, recebeu a morte, de súbito, sem sofrimento e dor. Tombou o grande militar, agora na vida civil, dentro de seu município que ele tanto adorava e serviu.
NESTOR CORBINIANO DE ANDRADE, na informação de seus familiares, morreu desencantado com o exército que ele foi um dos membros e que, no período triste, ficará na lembrança daqueles que o amarão para sempre, inclusive a Princesa do Sul, onde possui uma praça com seu nome.

 

 
Nestor Corbibiano de Andrade, com a farda do exército
 
Fardado em 1930 durante a revolução
Brasão dos Campeões de 1935 - Regimento, depois, Farroupilha destacamos que os dados pessoais do homenageado foram fornecidos por seu filho Túlio, fato que muito nos serviu e deu-nos orgulho ao fazer este trabalho

 



 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br