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O clube do Hermenegildo


A data de 24 de fevereiro de 1924 marca o nascimento do clube do Hermenegildo, que tanto representou para a comunidade homônima, à beira do Atlântico, dos combros alterosos e movediços, mas, no entanto, este é a conseqüência de um primeiro que teve no balneário e que surgiu por um fato inusitado que passo a transcrever.

No alvorecer do século XX, da Cecília Fontes, esposa do carioca, José Antônio Fontes, que vindo do Rio de Janeiro e não podendo estar longe do mar, estaciona no campestre do riacho da Juraci e aí, em terras de Hermenegildo Silva, passa a comandar aquela comunidade que se desenvolvia no local e com braço de ferro implanta um conjunto de regras que deveriam ser seguidas por todos que habitavam essas bandas.

Entre elas, uma hoje estranha, era a de que os homens que viviam em conjunto com as mulheres na beira da praia, não poderiam ficar quando estas entravam na água para o banho diário, com seus trajes sumários, que saindo do pescoço, chegavam até os pés, em forma de bombacha. A matrona possuía, no início da costa, um poste onde estava dependurado um sino que um menino da casa, subindo em escada, fazia-o soar e dava o sinal para os elementos do sexo masculino, fossem para os ranchos, a fim de evitar os abusados olhares. Terminado o instante do refresco aquático e com as damas e donzelas já em casa, novamente o campanário se fazia ouvir e todos poderiam voltar ao ponto em questão e seguir em seus folguedos.

A ordem impositiva era respeitada com perseverança, mas em uma determinada ocasião, num rancho onde agora é a residência do médico Zilmar Terra, um cidadão respeitável e de posses econômicas e mais ainda, de grande poder político entre seus pares, foi pego “fresteando” as banhistas, com binóculo. Gande agitação e mais ainda, ultraje para a honra que estava maculada por tão acintosa atitude. Por causa disso, houve um julgamento sob o comando de Cecília e o veranista foi banido do convívio de todos. No entanto, sempre há um jeitinho para agradar a todos numa medida salomônica. O vilão foi perdoado ao comprometer-se em criar um rancho de pau-a-pique, com cobertura de palha, no lugar escolhido pela dama furiosa. No riacho da D. Juraci e que também, chamam o do Tertuliano, que agora está a residência da família do seu Lindico, no outro lado da rua, e onde estrategicamente, a senhora poderia fazer a chamada dos homens e controlá-los no rigoroso momento.

Construído o “ranchão” como era conhecido, as famílias, pelas tardinhas, começaram a freqüentá-lo e colocando colchas para abrigarem-se do vento, foi-se transformando num reduto de encontros, saraus e por fim, com uma gaita e um violão começaram a se realizar os primeiros bailes da orla do Hermenegildo.

O nome não o teve ou não se conhece, até que mais tarde, nos terrenos doados pelo morador Wenceslau Rocha, onde é a casa de Menandro Correa Filho, criou-se um, mais moderno com paredes de tábuas que em abundâncias saiam na costa e levou o nome de seu benemérito e depois, passou para a paca que leva o de Nelson Vasques Rodrigues e chamou-se Clube Recreio dos Veranistas, cuja data de fundação está descrita no início deste trabalho.

O clube serviu de centro social dos veranistas e em 1951, o mesmo foi todo reformado e passou a apresentar uma cobertura de telhas de amianto conhecidas, na época de “dolmenit”, já que vinham do Uruguai, madeiras macheadas e janelas com vidros e que durante muito tempo, foi o reduto de todos, até ser transferido para o local do atual e onde apresenta uma estrutura das melhores de nossa terra.

Graças a uma irregularidade conhecida como “fresteada” tivemos uma área para aglutinar a todos que vão para o “grande mar do Hermenegildo”.

Clube Wenceslau Rocha depois Recreio dos Veranistas

O prédio com os grandes melhoramentos a partir de 1951

Pergunta da Semana:
O quê era um “Baile de Partida”?

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br