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DERLY KÓKOT – O GRANDE MÉDICO INOVADOR

Recém formado, tendo recebido o diploma de médico pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre, hoje fazendo parte da URGS, no ano de 1938, transformou-se numa figura de proa por estas terras do Sul.
Filho de uma enfermeira obstétrica, Emma Tauceda e do médico José Kókot era casado com a rio-grandina Leda Obino da Silva que deu-lhe dois filhos, o engenheiro químico Paulo e a pedagoga Ana.
O dr. Derly, como era conhecido, chegou por estes lados nos alvores de 1940 e teve uma atuação tão destacada que logo transformou-se numa referência dentro da incipiente medicina que se praticava.
As dificuldades provocadas pelas distâncias e dos péssimos caminhos, não fizeram do uruguaianense entrave para realização, em especial, nos atos cirúrgicos que se faziam necessários.
Preocupava-se em evoluir em sua especialidade com constantes viagens para fora do município, a fim de, atualizar-se constantemente. Dessa sua inquietude e vontade de melhorar seus conhecimentos, teve cursos de anestesia, medicina esportiva, radioterapia, do trabalho e radiologia. Trouxe novidades para o ambiente onde atuava, com um pequeno Raio X, que usava em seu consultório, sendo o último, localizado na rua Gal. Osório, esq. Conde de Porto Alegre.
Recorria, como todos os seus colegas, os terríveis caminhos do nosso interior e apaixonado pela aviação, sendo um dos fundadores do “Aeroclube”, comprou um “Teco-Teco”, o famoso Paulistinha para deslocar-se nos mais distantes pontos do rincão santa-vitoriense.
Ardoroso seguidor dos esportes praticava-os juntamente com da. Leda, em especial o tênis, em seus momentos de folga.
Era um fanático fã de automóveis, trocando-os seguidamente quando de suas viagens, principalmente, Rio Grande, Pelotas ou na capital. É lembranças em muitos dos habitantes da cidade de uma “BARATA” vermelha, flamante, cuidada pelo operoso mecânico Cláudio, que por ele tinha uma amizade respeitosa. Era impactante a todos, principalmente, aos meninos da época, vê-lo passar acompanhado de sua família nas horas de lazer ou então, visitando os pacientes, mais ainda, dirigindo-se à Santa Casa para realizar o seu trabalho.
Quando da redemocratização em nosso pais, enganjou-se na política, pela UDN – União Democrática Nacional e elegendo-se vereador, foi guindado à Presidência da Casa que por força da ditadura estava fechada, tirando-nos o direito de termos uma representante no governo.
Uma figura diferenciada. Alto, magro, cabelo e bigode, “a la Hitler”, ágil em seus gestos e firme em suas decisões, muito querido e solicitado pela população, como pelos colegas.
Esse era o perfil do dr. Derly!
Teve uma atuação meritória, quando deu guarida a um de seus colegas, o dr. Amonte, que por força da sua situação ilegal dentro da medicina, e por seu estrangeiro, não poderia clinicar. Seria uma perda irreparável no entender da maioria da população, mas o colega dr. Derly, arriscando a sua carreira profissional, passou a atuar junto ao injustiçado médico e se responsabilizava pelo amigo. Esta medida, ainda mais, fez com que o mesmo, subisse no conceito da comunidade.
Recolhendo um considerável cabedal financeiro por sua profissão, mais por causa de sua incessante vontade de trabalhar, um prestígio de primeira linha e vendo que seus filhos cresciam, o dr. Derly resolveu mudar sua residência para Porto Alegre e lá, deu continuidade ao trabalho profícuo encetado entre nós e morando nas imediações do IPA e Americano, centro de muitos conterrâneos que lá estudavam, foi um grande amigo, conselheiro médico daqueles jovens, que aliás, eram muitos que para esses educandários se dirigiam, sendo um carinhoso embaixador de nossa terra.
O médico Derly Kókot e sua esposa, da. Leda, faleceram num acidente automobilístico na estrada de Canoas em 1978.
Este homem praticou com fé e denodo a sua profissão durante os anos 40 e início de 1950, demonstrando uma retidão em suas atuações. Foi doutor, esportista, atuante na sociedade, principalmente no Rotary Club local, político, nosso primeiro chefe legislativo quando o Brasil voltou à normalidade, sempre em sintonia com o líder Osmarino de Oliveira Terra.
Sua estada entre nós foi muito curta, mas deixou marcas indeléveis e é por isso, que a história jubila-se em registrar sua passagem por estes Campos Neutrais, de mais de 150 anos.

Foto do Dr. Derly Kokot, da. Leda e seu filho Paulinho, que foi colaborador deste trabalho, dando informações e a foto. E a gentileza da sra. Anselma Mirapalhete Costa amiga do casal.

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br