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PORTO DE SANTA VITÓRIA DO PALMAR

CORRIGINDO DOIS CONCEITOS EM RAZÃO DA VERDADE

Esta crônica, cujo tema já foi apresentado aqui, tem por finalidade, desmistificar conceitos errôneos e que se propagam em nossa comunidade, inclusive com desinformação, até dos poderes constituídos.
O nosso Porto nunca foi oficialmente cognominado de Porto Pindorama e também, criado pela vontade Manuel Vicente do Amaral, ao invés de ser construída uma estrada de ferro, que cortaria nosso município, desde o norte ao sul, num trajeto semelhante a rota da BR-471.
Esta última assertiva foi desenvolvida pelos adversários do grande vulto conterrâneo, dizendo que o mesmo preferiu a via lacustre para favorecer a firma Anselmi e Cia, que possuía uma frota de navegação, ligando-nos aos atracadouros interioranos e para chegar à Pelotas, Rio Grande, Porto Alegre e etc.
Vamos a verdade dos fatos: em 1937, o juiz da comarca Joaquim Américo Carneiro Pereira, grande figura que conviveu com esta terra, por largos anos, participando ativamente da vida municipal, como já não acontece em nossos dias e após a sua aposentadoria, viajaria para o Rio de Janeiro e por causa do mau tempo, teve que ficar por estas bandas, por mais de 15 dias, atrasando a partida e sendo muito amigo do venerando líder partidário citado, pediu-lhe que o mesmo lhe desse uma carta de apresentação para o Presidente da República, o agora ditador brasileiro, dono de todos os poderes nacionais, para que o angustiante problema de transporte fosse resolvido na capital da República. Chegando o magistrado à Guanabara e apresentando-se como portador da missiva de Manuel Vicente do Amaral, foi logo recebido pelo chefe da nação, graças a grande amizade que o nosso político tinha com ele, desde os tempos do governo do Rio grande do Sul, ligado a figuras, como Julio de Castilho e principalmente de Borges de Medeiros, velho mestre do homem de São Borja.
Apresentado o desejo, Getúlio, manda um recado ao nosso concidadão, afirmando que se fosse um pedido do “VELHO AMARAL”, para a construção de um porto ou uma via férrea, que o mesmo se juntasse com as lideranças da terra e decidissem pela melhor conveniência daqui e uma comissão foi formada pelos mais importantes homens da comunidade e a resposta pendeu pelo porto, porque havia uma fértil navegação na Mirim e que o transbordo no Taim, naquela época, era uma empreitada cara e difícil.
Se Manoel Vicente do Amara estivesse inclinado a favorecer aquela firma que nos serviu por tantos anos, a linha de transporte seria muito mais favorável, porque os trilhos passariam pela florescente Casa Anselmi, de Curral Alto, que ainda hoje lá está, como prova do que afirma-se nestas linhas. O grande cidadão santa-vitoriense nada fez sozinho e muito mais ainda, consultou as forças vivas da região, inclusive da oposição.
No segundo fato, o porto nunca teve o nome oficial de Pindorama, que em tupi quer dizer Terra das Palmeiras, mas que o sucedâneo em pampeano é Jerivaçu, cujo significado vem da junção de duas palavras, Jerivá-palmeira e açu-muitas e que quer dizer a mesma coisa.
E por que aconteceu do mesmo ser chamado assim? O engenheiro que concluiu a obra do porto, Silvio Lima, ao finalizar o trabalho, resolveu dar um nome àquele atracadouro e fez um “plebiscito” entre os munícipes, colocando uma urna na livraria Apollo de João Luiz Botto, que em outra oportunidade escreveremos sobre ele e deu a título de sugestão os nomes Pindorama, Getúlio Vargas e Darci Vargas, esposa do presidente. O resultado foi o óbvio, por maioria, os mergulhões escolheram o 1º mandatário do pais, porque o mesmo havia proporcionado a realização desse grande sonho de todos. Silvio Silva não conforme, fez uma “tramóia” e deu o nome Pindorama e para Getúlio, ficou a avenida e a vila, que às margens da lagoa foi criada, de Darci. Assim, se popularizou, mas acontece que todos os portos brasileiros possuem o nome da cidade onde estão e quem coloca-os é o governo federal e nunca uma consulta extra oficial.
Devemos, por isso, respeitar a verdade histórica, homenageando pessoas que por nós lutaram, como o bel. Joaquim Américo Carneiro Pereira e o engenheiro Silvio Lima, mas, muito mais do que isso, respeitar os fatos, destacando que Manuel Vicente do Amaral, foi o condutor do trabalho e que graças a sua influência, junto ao presidente, fez surgir a obra que iria beneficiar a todos, mas que com a abertura dos diques do Taim, o mesmo perdeu sua importância, e que agora, no mês de março, chegou, depois de tantos anos, uma chata, carregando material de construção, quem sabe, estabelecendo uma nova era nas comunicações, através, não do porto Pindorama, mas sim, no de Santa Vitória do Palmar, a partir dos seus 150 anos.

 
Juiz Joaquim Américo Carneiro Pereira.
 
Momentos iniciais da construção do cais.
     
Reunião nos Provedore de Manuel Vicente com o grupo do governo que aqui veio instalar os estudos da criação do porto.

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br