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A Igreja Matriz – Símbolo de fé e organização política

Uma das causas mais importantes para a criação de nossa cidade foi a necessidade de termos aqui um centro para que os habitantes destas lonjuras praticassem a fé católica, como de resto, em toda a América Ibérica e também, um centro administrativo para que os registros civis fossem feitos, dando aos habitantes, a sua carta de cidadania, como certidão de nascimento e óbito, requisitos indispensáveis até hoje, em todo o mundo, marcando a trajetória do homem-político.
Quando Mal. Andréa demarcou o local do povoado, onde nossa cidade está fincada, fazendo isso, sabiamente, dentro dos seus conhecimentos de engenharia, estabeleceu o ponto onde deveria ser edificada a Casa da Religião.
O Comendador Manuel Correa Mirapalhete proporcionou uma verba de “dez contos de réis” para que a obra fosse começada e recebendo uma local na volta da futura praça central, onde agora está a residência do médico Sérgio Calvete Graña, construiu um rancho no cruzamento da rua que leva o seu nome. Ele vinha de Curral de Arroios para assistir o trabalho, que no parecer do historiador Saint´Clair Azambuja foi iniciado por Bernardo Cruspeire que fez um modesto ranchão de palha com um poste, onde foi colocado um sino para chamar os fiéis da redondeza.
Como curiosidade ainda é bom dizer que a corda que segurava o badalo do órgão plangente teve que ser colocado dentro de um tapume para evitrar que a gurizada daquele tempo, altas horas da noite alarmasse a população, fazendo-o soar ou que, sempre os mesmos amarrassem-no na cola de cavalos que pastando naqueles momentos, fizessem com que o ruído colocasse em pânico aqueles poucos habitantes.
A imagem santa e o pequeno prédio foram, por sua vez, Santa Vitória, que ainda nestes 150 anos encontrase no altar mor do templo, reformado e aumentado e serve de ponto básico de nossas vidas. Várias reformas surgiram e ainda no século XIX, uma torre compôs junto com um edifício de alvenaria, alterosa que contígua a ele proporcionava maior conforto e segurança para todos. Em 1933, os habitantes desta cidade puderam contemplar, junto com o Theatro Independência, mais uma grande edificação transformando nossa igreja de uma torre num confortável próprio para os fiéis, construído pelo senhor Joaquim Lino de Souza e terminado, por morte deste, pelo seu filho, Adolfo Lino de Souza, mais do que isso, doado pela família do senhor Floriano Faustino Correa, vindo da Inglaterra, o relógio que passou a marcar as horas desta pequena localidade em todo o seu desenvolvimento. Este grande adiantamento foi instalado por outro rebento do primeiro construtor da torre, que foi Alfredo Lino de Souza.
Depois, o relógio passou a ser conduzido pelo jovem daqueles tempos, Ítalo Giudice, que o faz até os presentes dias.
Mesmo com o passar dos anos, o relógio segue como condutor do tempo e embora possa parecer ficção o som do mesmo, se fazia sentir nos quatro cantos da cidadezinha, como lá na Federal, Donatos, Matadouro e Porto.
Quando ele pára por um desperfeito qualquer, muitos cidadãos desta terra se unem aos esforços do Senhor Giudice para que o relógio possa seguir marcando seu tempo junto com o badalar dos sinos.
Nos fins de 40, o local teve que ser remodelado porque a intempérie fez ruir coisas que nossos descuidos não vêem e colocou em fase de desabamento essa importante obra do corpo do salão. As missas, até o início de 50 foram transferidas para a capela da Santa Casa, num transtorno para os religiosos, principalmente no inverno.
Neste instante em que comemoramos 150 anos de fundação, a Igreja continua de pé assistindo o nosso desenvolver dentro de sua nave onde está o altar principal vemos, servindo de fundo à cruz onde está o mártir do cristianismo, uma pintura do nosso malogrado pintor, João Carlos Petruzzi, desaparecido prematuramente, mas que como a nossa pequenina capela, num rancho e hoje num dos prédios mais importantes para todos, seguirá monstrando a história religiosa do mundo ocidental, e muito mais do que isso, continuará com seu trabalho que perdura, dando exemplos de que os tempos não passam se tivermos as recordações do passado, e cada vez que olharmos o local, com suas duas torres, seus sinos potentes e condutores da hora da fé, o relógio que atravessou o Atlântico para marcar o passar de nossa existência, veremos esta Santa Vitória do Palmar destacada no solo gaúcho e brasileiro.

 
 



Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br