Quem somos
Coberturas
Notícias
Revista
Entrevistas
Enquetes
Arquivo
José Golgerci
Políbio Braga
Colaboradores
Zero Hora
Correio do Povo
Diário Popular
O Globo
Gazeta Esportiva
Clima Tempo
Weather Channel
UFPel
Tempo Agora
Banco do Brasil
Banrisul
Bradesco
Caixa Federal
Santander
Secretaria Fazenda RS
Receita Federal
Proc. Geral da União
TRT
TRE
INSS
Detran-RS
Consulta CEP
Lista Telefônica
 
 

SANTA VITÓRIA DO PALMAR – MOSTRA DE TEATRO NA CIDADE DE RIO GRANDE

Nossa terra sempre destacada, nas manifestações culturais, principalmente a partir do século 20, quando a evolução das casas de espetáculos já comentadas em crônicas anteriores, evoluíram desde as apresentações nos palcos com artistas locais, para, depois, o cinema mudo, tornar-se uma verdadeira mania entre os espectadores da cidadezinha de pouco mais de 5 mil habitantes, sem falar, como prova de grande evolução, da chegada cinema falada (“o cinema falado é o grande culpado da transformação”.....- imortal samba de Noel Rosa).
O esporte, que era representado apenas nos jogos de bocha, osso, rédeas, inculcados animicamente dentre as populações, principalmente interioranas, viu-se afirmado com a chegada entre nós, do popularíssimo “Foot-bal” pratica criada como a conhecemos hoje, pelos ingleses, mas do conhecimento desde a antiguidade européia e asiática, sem falar nos povos primitivos da América, em especial as da Amazônia, quando a bola foi criada com um material de uso corrente entre os primitivos habitantes, que era o látex, a popular borracha.
O E.C. Vitoriense, em 1910 começou a praticá-lo entre os seus membros da sociedade local, na ausência de outra agremiação, em 1910, para depois, surgiu o E.C. Rio Branco, em 1912 e seguindo, chegaram o Vencedor e mais tarde em 1927, o E. C.Santa Cruz e seguindo, o G.E. Brasil.
Em 1930, como prova da valorização desta gente sulina, é fundada uma sociedade artística que foi o marco, o Cine Theatro Independência, que desde essa data em diante, é o repositário das nossas maiores apresentações da arte citadina, tendo passado por seu palco grande gama de valores, tanto no cinema, teatro, e outras manifestações do modo de representar. É necessário ressaltar que essa casa, símbolo da realização de nosso povo, sempre serviu e continuará a faze-lo nas mais diversas atrações representativas. É a casa de todos!
O Teatro sempre foi um manancial de revelação de valores, tendo como expressão espiritual de um povo isolado que para a sua diversão, deveria fazer tudo por ele mesmo, surgindo os grandes “Valores da Terra”, onde alguns se destacaram fora daqui.
O mais importantes grupo teatral que existiu por estes lados foi o Grupo Cênico Gomes de Almeida, homenagem a um dos maiores valores da arte local e que já foi destacado neste trabalho em crônica anterior.
Teve como de proa, Nardi Azevedo, ator e diretor, Nelson Vasques Rodrigues, Clara Pinto e tantos que serão nomeados nesta reprodução do jornal rio-grandino.
O Tempo de 15 de agosto de 1954.
O Tempo comentou ASSI:

Em Rio Grande
Caravana de Amadores de Teatro do Grupo Cênico “Gomes de Almeida” visitam-nos em beneficio.

Aspecto tirado na ocasião do regresso de Santa Vitória (Foto)

Viveu Rio Grande durante os dias 9, 10 e 11 do corrente, dias de festa em sua historia teatral dos últimos tempos.
O pequeno grupo de atores, que viajando em condução gentilmente propiciada pela Empresa de Transportes “Atlântica”, chegou, quase inesperadamente, para apresentar a “Cigana Me Enganou”, de Paulo de Magalhães, teatrólogo, patrício, no Cine Teatro “Carlos Gomes”. Não se compunha de atores profissionais e no entanto davam a impressão disso.
A renda, não a levaram, como seria de esperar, no regresso e consideraram como retribuição os magníficos aplausos dos filhos desta terra.
A reportagem de “O Tempo” pôs-se em campo quem eram?...
Logo ficamos disso sabedores. O Grupo Cênico “Gomes de Almeida”, vindo de Santa Vitória do Palmar, num amplexo intermunicipal cuja extenção não se pode avaliar, abandonando suas múltiplas ocupações, deram-nos mão, como amigos e co-estaduanos. A recita fora em beneficio exclusivo da Escola “13 de Maio”, cuja professora, a Srtª. Betty Ereias, os convidara e ao qual convite, acederam de pronto, sendo esta única missão.
Apresentados ao Sr. Nardi de Azevedo, seu Diretor-Cênico, tivemos o prazer de encontrar uma pessoa de profunda experiência teatral, cujas maneiras estiveram nos desde suas primeiras palavras.

Entrevista de Grupo
Entrevistando-o a cerca de suas ideais cênicas demonstrou, na enquête, uma versatilidade excepcional no referente á literatura especialmente teatral.
Um pequeno “bate-papo” e entramos no assunto que era de nosso interesse.

Componente do Grupo Teatral pousando para reportagem do “O Tempo” (Foto)

Experiências Cênicas
Já representaram tanto comedia como dramas, incluindo peças de difícil interpretação como “A Morte Civil” de Paulo Jacomet, “Divino Perfume”, de Renato Vianna e a satira “Pé-Rapados”, de Arnoldo Coimbra, teatrólogo conterrâneo.

Elenco
O elenco de “A Cigana Me Enganou”, como acima, composto de jovens artistas da sociedade vitoriense desenrolava-se sob a direção de Nardi Azevedo, como segue:
Nelson Vasques, Poli Serafim Trotta, Tatá, Lucio Dupuy, Mauro, Dalva Sanchez, Vana, Elba Pinto, Baronesa de Aguiar, Maria A. Corona, Lia (ou Sulma), Francisco Murzullo Filho, Conde Bodoski.
Wartello Camejo, Ponto, Vicente Giudice, Chefe de cena.
A impressão foi absolutamente ótima deixando-nos a certeza de que amadores não só no nome, pois na essência prima considerados profissionais.

Dessa maneira, mais uma vez, assistimos nossa gente desenvolvendo as suas potencialidades, dentro e fora destas fronteiras reafirmando a importância das atuações coletivas nos palcos, sejam esportivos, como, artísticos, nas mais distintas manifestações que formam um corolário de um povo que, mesmo distante geograficamente, soube apresentar-se em meio a cultura que sempre cultuou.

Grupo Cênico Gomes de Almeida em Rio Grande.

 

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br