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A evolução das idéias
republicanas em nossa terra
Nestas plagas do extremo sul brasileiro, as movimentações
republicanas pouco se fizeram sentir no início da
nossa formação, a partir do século
XIX. Embora a República Rio-grandense haja se instalado
em parte do território gaúcho, nestas paragens,
pouco ou nada era permitido desenvolver nesse movimento,
já que pertencendo ao município de Rio Grande,
este era o ponto chave da estrutura imperial para não
perder o domínio da saída do canal da Laguna
dos Patos, vital na comunicação de nosso interior
com o resto do País, pelo Atlântico.
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Éramos lindeiros com o Uruguai, aliás, República
Oriental, mas que não nos dava subsídios e
influência, porque a agitação política
nesse País era tão grande que servia como
uma propaganda negativa da propagação da campanha,
pois demonstrava a insegurança nas guerras pelo poder
e que colocava em sobressalto a fronteira santa-vitoriense.
Somente nos idos de 1870 em diante, as ondas republicanas
começam a chegar até aqui trazidas pelos viajantes,
mas em especial pelos estudantes que estavam em outras cidades,
destacando-se o inteligente conterrâneo Manoel Vicente
do Amaral. Estando na faculdade de direito de São
Paulo, convivia com ilustres propagandistas da República,
destacando-se Julho de Castilhos e Borges de Medeiros, os
grandes vultos da divulgação dessa nova mentalidade.
Em Santa Vitória do Palmar digladiavam-se dois partidos
que tinham como figuras de frente Gaspar Silveira Martins
e do outro lado, Julho de Castilhos, este último
capitaneado por Uladislau Riet Corrêa, conhecido como
Ladrizinho. Lançaram um manifesto político
em apoio à idéia da república e fundaram
o Clube Republicano 20 de Setembro, que tinha como meta
principal, divulgar a nova ordem, pela qual estavam lutando
e que se realizou em 15 de novembro de 1889.
Esta entidade e o Manifesto foram criados em 2 de junho
de 1889, saídos de uma reunião na casa do
confrade Serafim Pedro Ferreira, localizada na praça
Mal. Andréa, tendo sido formada uma diretoria que
assim estava composta:
Presidente- Uladislau Riet Corrêa
Vice-presidente- João José do Amaral
1º secretário- Manuel Vicente do Amaral
2 ºsecretário- João Antunes da Silva
Júnior
Tesoureiro- José Maria da Rosa Filho
Comissão Consultiva- Fileto André Cardoso
de Brum, Damaliel Faustino Corrêa, Faustino José
Rodrigues e dr. Alípio Santiago Corrêa
A seguir foram apostos os nomes de várias personalidades
de nossa sociedade oriundas das mais diversas profissões.
A notícia do fato foi transcrita no jornal A Federação,
órgão mais importante da vida republicana
no estado cujo redator era o próprio Castilhos. Este
último acontecimento era um motivo de orgulho para
os adeptos da causa que viria a se concretizar com a proclamação.
Nossa terra, também desse modo, estava representada
no movimento que viria a terminar com a monarquia brasileira,
aliás, a última da América, e retirar
do poder a veneranda figura de Dom Pedro II.
Embora nestas longínquas paragens soubemos enfrentar
esta árdua campanha, através de nossas possibilidades
e que ao longo do tempo soubemos participar, mais uma vez,
em tão importante caminho dentro dos destinos nacionais.
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