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ARMAZÉM BÁRBARA FECHA SUAS PORTAS


A “VENDA” COMO REFERÊNCIA NA COXILHA

Foi no lado sul da cidade que um forte comércio se desenvolveu para a comunicação com o Uruguai, onde uma farta troca, crescia e ainda mais, grande atividade de contrabando se fazia sentir por esses lados. No começo, a área onde hoje estão as praças de esporte do Rio Branco e Santa Cruz, era uma estação de parada das carretas que transbordavam as cargas através do Passo do Colchão, desde a lagoa Mirim, no porto do “Escorrega”. O armazém do Estrela, do Patrício Marco, depois o do Orcina, ficavam estrategicamente plantados com a finalidade de mercar.
Já mais modernamente, precisamente em 10 de setembro de 1931, na esquina da Mirapalhete com a agora, Mario Teixeira de Melo, apareceu um açougue e depois, uma “venda de secos e molhados” e por fim, uma bomba de gasolina, manual, de propriedade de JOÃO BÁRBARA, que muitos o chamavam de “a venda” do João Barbosa.
Seu dono, começou um trabalho profícuo e honesto, servindo a uma coletividade pobre, principalmente formada de operários da construção, dos serviços gerais e a instalação na zona, de algumas chácaras que abasteciam o “centro”, com leite, verdura e o pouso noturno dos cavalos que atuavam durante o dia com os senhores que precisavam se deslocar em seus “sulks”. De lá vinham, também, descendo a Coxilha, um grupo feminino que iria praticar os misteres de domésticas em nossa pequena povoação.
Os pontos de referência da localidade eram, a Usina, a Santa Casa, os Campos de Futebol e o Cemitério. Com esta região de movimentação urbana é que o ARMAZÉM BÁRBARA, ia desenvolvendo tudo que se instalava em volta.
Seu fundador, homem calmo, viuvou cedo, mas construiu uma nova família, trazendo um casal de filhos, a competente e culta professora Neida, que deixou uma marca em nossa terra, pela sua dedicação ao magistério e sempre lutando para que os jovens desenvolvessem o ato de saber. Seu irmão, o Nei, desde gurizinho, ficou instalado atrás do balcão, aprendendo a social atividade de atender aos fregueses, com a calma herdada de seu genitor, dentro dos parâmetros de civilidade e respeito. Este moço esteve em volta do comércio e de lá nunca mais saiu e foi sempre um ponto de admiração entre os seus pares.
Era comum e interessante vê-lo despachando as mercadorias e nas horas em que não estavam os fregueses e se inverno, com um forte vento sul ou leste, abrigava-se ao sol, fugindo do frio, com tantos amigos que granjeou pela vida afora. A muralha para fazer com que a ira do “Deus Eólio” não os castigasse, era a tradicional casa Estrela, depois, a Fábrica de Fumo que hoje não está mais. O assunto cotidiano era o futebol de domingo.
O tempo foi passando! A venda do João Bárbara, neste ano de 2006 cerrou suas portas, mas, não foi um feito negativo, muito pelo contrário. O progresso mudou a maneira de atuar dentro dos serviços de “secos e molhados” e o seu 1º dono não está mais conosco.
NEI BÁRBARA, o seguidor dos negócios do pai, neste momento vai desfrutar de uma aposentadoria, ele, que desde menino, praticou o sagrado labor de servir, mas vai deixar saudade...muita saudade...
O grupo de conhecidos, onde muitos já não estão, não ficarão ao redor da “venda”, mas a importância desse estabelecimento, o AMAZÉM BÁRBARA, seguirá na lembrança de todos e o NEI, é um daqueles santa-vitorienses que sempre soube dignificar a terra em que nasceu e por tantos anos, labutou, em prol de nosso progresso e que foi um dos responsáveis por tão carinhoso período desta história cidadina.



 
João Bárbara e Nei, juntos à sua família (propriedade de Nei Bárbara)
 
Armazém Barbara - destacando a bomba de gasolina manual (foto do arquivo de Nei Bárbara)

 



 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br