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A importância de uma árvore em nossa terra

A região santa-vitoriense caracterizou-se por ser uma planície pontilhada de lagoas, arroios e banhados dentro da área conhecida por Pampa, coberta por uma vegetação rasteira, tal como a Metade Sul do Rio Grande, e onde se assenta uma cobertura de gramíneas, as melhores pastagens do País. Poucas árvores frondosas existem, como o magnífico figueirão, o solitário umbu, os aglomerados à beira dos cursos d'água e o histórico palmar.
Sempre fomos carentes de plantas arbóreas e muito mais, em aglomerados florestais. Isso retardou o nosso desenvolvimento, pois a madeira para a construção e de uso no campo (em bretes, currais, etc.) tinha que ser importada do Uruguai, através da Mirim. Além disso, a carência de combustível era enorme e dificultava a obtenção de lenha. Era comum ver-se nas "campanhas" famílias inteiras juntando o excremento de gado para poder aquecer e iluminar-se e na construção dos ranchos, onde o barro usado nas paredes saia daí, numa mistura mais sólida. Toda madeira era do estado oriental e, ainda hoje, vemos nas antigas construções restos das enormes toras que serviam nas obras da cidade e do interior com um estado de conservação de causar inveja.
Esta difícil situação começou a mudar em meados de 1870 ou um pouco mais, quando autoridades e estancieiros começaram a plantar enormes "matos", como se diz por aqui, principalmente sob a inspiração Antônio Irineu Alves Nunes e com o auxílio e orientação do agrônomo Antônio Ross. Estas árvores nada mais eram que o hoje popular eucalipto, esguio e alteroso, vindo da Austrália, e que aqui se adaptou perfeitamente, embora sendo um pouco mais raquítico.
O eucalipto começou a ser produzido em grande quantidade e uma das metas das administrações locais era o desenvolvimento e seu plantio em abundância. Hoje está enraizado na paisagem de nossa terra, embora às vezes muito difamado. Começou a servir para a comunidade, tanto na campanha como nas construções citadinas, sendo aproveitado para o uso de combustível em nossos fogões e atualmente em nossas lareiras, chegando a mudar a fisionomia do clima em que os ventos, aproveitando o descampado, transitavam livremente, causando problemas na agricultura e desconforto nas pessoas.
Velhos matos de nossos campos ainda atestam a história de nossa gente, lembram os ninhos das "chimchibirras" e das "caturritas" e mais ainda, o progresso deste extremo da comunidade nacional.

Pergunta da semana:

A que se referia a expressão usada aqui até a década de 60 de "vou viajar, estudar ou passear PRA DENTRO" ?

Resposta:

Com a contribuição do amigo Rubens de Ávila Carrasco:

"A expressão: 'Vou viajar, estudar ou passear Para Dentro' era muito usada em nossa cidade e significava que a pessoa ia fazer uma viagem para outra cidade (Pelotas, Rio Grande, PortoAlegre, etc.), não importando a finalidade (estudar, passear ou realizar algum négocio).
Outra expressão muito utilizada: 'ele foi para fora', que era quando alguém procurava por uma pessoa e esta havia deslocado, seja proprietário, empregado ou ia prestar serviço na área rural."

 

Vista da cidade tirada dos altos do Cine Teatro Independência, quando de sua construção em fins de 1920, mostrando ao seu redor os aglomerados de matos de eucalipto



Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br