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LUA NOVA
Conjunto Carnavalesco, Esportivo e Musical de Nossa Pequena Aldeia

No ambiente tão restrito e isolado fazia-se necessário criar, mais ou menos, artesanal, todas as cousas para o desenvolvimento da comunidade nos mais diversos âmbitos populares.
Assim, era no campo dos carnavais, do futebol e principalmente, da música. Vivíamos divididos entre as influências do Prata e as grandes paixões dos brasileiros que eram as festas de Momo e a Arte de Chutar.
Possuímos um grande orgulho de nossos artistas plásticos, como Chico Almeida, Dª. Lívia, Éster, dos jogadores de esporte bretão entre eles, os maiores de todos, o Cardeal e Juvenal, ambos chegando a participar da Seleção Brasileira.
Na década de 50, o nosso distanciamento já não se apresentava tão difícil como antes, mesmo assim, a estrada federal ficou conhecida de Estrada do Inferno, onde uma viagem de 300 km podia durar mais de um dia, sem falar nos transtornos pela “costa do mar”, pela Mirim ou nas asas da Varig. Sempre com horário de saída, mas nunca o com certeza da chagada.
Nesse período de 1954, quando já fazia sucesso entre a juventude da classe popular o conjunto dos “Irmãos Marino’ e os de estudantes do ensino médio, hoje 2º grau, o “Conjunto Vocal Andorinhas” com cinco rapazes que foram estudar “para dentro” e voltaram com idéias moderníssimas, para eles, do que era fazer música.
Os moços que por aqui ficaram, numa idade média de 20 anos, também, desejosos de divertir-se e por que não, mostrar as suas qualidades anímicas, resolveram unir-se para, somente, não se encontrarem no vetusto Caixeiral e sim, formarem um grupo para exercer as maravilhosas atividades de danças carnavalescas, praticar o esporte mais popular do mundo e difundir música entre as festas em casas de famílias que possuíam mocinhas encantadas com o seu lirismo e dotes musicais.
Um grupo desses jovens, reunidos na casa do seu Hermenegildo Peres, pai de dois foliões, o Caíto e o Flávio, após um grande carnaval onde se divertiram nos clubes da cidade, do Chuí e das praias, resolveu fundar uma associação que, por sua união perene, ficaria mais forte e teria condições, principalmente pecunária, para manter-se durante todo o ano e realizar as suas funções, entre elas, a de atividade física, carnavalesca e musical.
Ai surgiu o Conjunto Lua Nova!
Por quê desse nome? Grandes discussões surgiram naquela noite de trabalho administrativo entre aqueles guris, juntamente com algumas moças, principalmente, as namoradas dos mesmos e num determinado instante, quando o maior calor do embate, alguém, olhando pela janela que dava para o lado oeste, viu a lua que começava a transferir-se do estágio de Nova para Crescente, a conhecida “Meia Lua”. O apelido estava pronto e posto: Conjunto Lua Nova.
Entre os companheiros que estavam na ocasião, citamos alguns que foram considerados os “fundadores”, Caito e Flavio Peres Tuca, Olavo, Aroldo Moreno, Exo, Fonso e outros.
Assim surgiu o Conjunto Lua Nova que foi uma mostra de como a mocidade de uma Terra tão isolada poderia destacar-se entre seus pares na feitura da arte musical, do esporte e nos animados carnavais.
Este grupo teve, também, como característica, possuir em seu seio, as moças de nossa sociedade, como já foi dito, principalmente, as companheiras de seus componentes, tendo como a 1ª madrinha a irmã de um deles (Olavo), Delícia Marzullo, a querida Cota, prematuramente desaparecida, seguida pela Jandira Sardin Cava e Maria Glair Peres e outras mais.
A turma crescia a olhos vistos e tantos outros foram chegando, como os músicos conterrâneos já retratados neste espaço, 7 Bolinhas, Ari Joaquim, o Ducha, e Clóris Brayer e com a estada na cidade de um cantor e boêmio, Poty Freitas, este compôs uma “marchinha” para ao grupo e que ficou referencial para nossa gente, que foi, Santa Vitória – a rainha do palmar.
Este agrupamento teve momentos de grandes atuações em nosso meio já referido e inclusive, no Uruguai, no Chuy, Rocha, Castilhos, 18 de Julio, Lascano, 33 e Rocha e numa determinada ocasião, esta turma, em 1956, juntou-se aos Andorinhas para encantar as platéias escolares de Castilhos, levados para apresentações com a Escola Normal São Carlos e a escola Agrícola e Industrial daquela cidade.
Devido a grande evolução dessa sociedade, a mesma estabeleceu um outro tipo de atividade, o de fazer música bailável, trazendo instrumento de sopro de fora e o acórdeon do Telinho, marca registrada deles. E nessas ocasiões passava a chamar-se BLUE STAR.
A sociedade, o Conjunto Lua Nova, teve seu fim prematuro num término de temporada, atuando no Clube Recreio dos Veranistas do Hermenegildo, quando voltava pela costa em direção à Barra do Chuí, num acidente lamentável, perdeu a vida, o seu grande mentor, presidente e apoiador nas mais diversas dificuldades do grupo que foi o inesquecível, José Antonio Morroni, o empresário jovem com menos de 30 anos, o “José do Genaro”.
Com o seu passamento os moços dessa turma não sentiram mais razões para seguirem unidos, como sempre foram, pensando, talvez, que seria sem ele, um arremedo de união e em sua homenagem, extinguiram a entidade.
Conjunto Lua Nova, foi uma experiência breve, mas que serviu para arregimentar tantos moços e moças de nossa Terra que viram que nos carnavais, o esporte e a música, poderiam destacar para sempre uma comunidade, em especial, este extremo sul do Brasil.

de Carnaval Lua Nova vendo-se a madrinha Jandira Sandim Cava, José do genaro, Flávio, Caito, Osvaldo Fernandes, Ducha, Olavo, Aroldo e Exo. Agachado o simpático e romântico Mario Marzullo.
Time de Futebol do Lua Nova no campo do Esporte Clube Vitoriense. De pé da esquerda: Vilson Estrela, Caito, Og, Glóris, Mario Naparo, Fernando Plá, Ducha, Maria Glair(Madrinha) e Tuca. Agachados: Fernando, Valnai, José do genaro, Aroldo, Exo e Olavo.
Conjunto Musical Lua Nova na festa de aniversário de 15 anos da jovem Moema Rossumano.
Reunião do Lua Nova com a primeira madrinha Delicia Marzullo no Clube Caixeiral vendo-se também Maria Glair Peres 3ª Madrinha. Componenetes: Glóris, Fernando, Elima, Maria Glair, Cota, Olva, Colosso e José do Genaro. Sentados: Fonso, Ducha, Exo, Tuca e Caito.
Conjunto Musical Lua Nova – Ducha, Glóris, Aroldo, Tuca e Olavo.

 

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br