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A Cacimba Pública

Corriam os anos no início da década de 1860 e nossa povoação, como tantas, apresentava problemas inerentes a uma comunidade do interior, muito mais ainda nestes extremos do Brasil. Entre eles, existia o do fornecimento de água potável à população, já que estando longe da Lagoa Mirim e o riacho que representava as humildes casinhas era, pelo uso constante, totalmente imprópria para o consumo humano.

Dessa forma a Câmara Municipal do Rio Grande, entidade política daquela cidade, que era a responsável, na época, pela administração de Santa Vitória do Palmar, atendendo os constantes rogos desta gente, resolve construir em terreno da municipalidade uma cacimba, a fim de que os cidadãos daqui se abastecessem desse líquido tão necessário para beber, dar aos animais e proporcionar sua lavagem como também da roupa.
Era interessante ver-se as lavadeiras cercando o poço com suas trouxas, os homens com a animália, lavando-a e saciando-lhes a necessidade. Isso se devia ao fato de o povoado haver sido construído em uma coxilha de mais ou menos 20 metros de altura, em média.
Existia, também, o trabalho dos carregadores de água com seus tonéis puxados a cavalos burros ou em baldes nos braços percorrendo as poucas ruas das partes altas em seu trabalho diário.
Foi construído este tão importante local da região onde hoje está a rua dos Andradas, entre as do Barão do Rio Branco e Conde de Porto Alegre, na parte oeste da primeira, onde começava a formar uma baixada. Ali, mais ou menos em frente às residências da srª. Ladi Arriada Terra e de Renato e Iara Rosales.
Foi por muito tempo uma fonte inesgotável de água para o consumo popular, mas começou a apresentar os primeiros sintomas de problemas que deveriam ser resolvidos:
O primeiro foi que as pessoas não muito atentas aos perigos da contaminação do líquido, lavavam muito à beira da borda da cacimba e os animais eram lavados nessa proximidade, fazendo um verdadeiro lodaçal em sua volta. Para resolver essa angustiante e perigosa situação, as autoridades colocaram um guarda, que, às custas dos usuários, através de imposto, controlava essa falta de atenção da gente que ali se dirigia.
O segundo foi que, com aumento do consumo, já não era prático somente retirar a água. Por isso, na administração de Manoel Vicente do Amaral, no período que vai de 1910 em diante, já sendo esta região transformada em município, foi construída uma caixa d'água de ferro fundido e depois bombeando a água através de um pequeno motor a gasolina. Grande progresso da época!
Por incrível que pareça, embora já em meados de 1920, com uma nova tecnologia, poços foram sendo cavados e aquela construção foi sendo deixada de lado, ficando em total abandono, como demonstra a foto de Sergio Olivera.
Desejam alguns e esperam outros que, sendo o terreno de propriedade municipal e que os locais verdes estão e serão no futuro, cada vez menores, que o lugar seja transformado em uma singela pracinha cercada, tendo alguns bancos e com iluminação para que, principalmente nas horas do entardecer, possamos, tranqüilos, bucolicamente, apreciarmos os bonitos pôr-de-sóis na lagoa, sempre lembrando que um dia ali foi construída uma grande obra popular, a Cacimba Pública, a tão querida e lembrada Cacimba da Nação.

Cacimba Pública, a "Cacimba da Nação", na rua dos Andradas, no lado oeste


:: Pergunta da Semana ::

Que lugar em nossa cidade era chamado de "o perigo" antes de 1950?

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br