Quem somos
Coberturas
Notícias
Revista
Entrevistas
Enquetes
Arquivo
José Golgerci
Políbio Braga
Colaboradores
Zero Hora
Correio do Povo
Diário Popular
O Globo
Gazeta Esportiva
Clima Tempo
Weather Channel
UFPel
Tempo Agora
Banco do Brasil
Banrisul
Bradesco
Caixa Federal
Santander
Secretaria Fazenda RS
Receita Federal
Proc. Geral da União
TRT
TRE
INSS
Detran-RS
Consulta CEP
Lista Telefônica
 
 

A Igreja Matriz
Símbolo de Fé - Presença Jurídica

Como em todo Brasil, principalmente em tempos passados, a Igreja Católica era ponto fundamental de união das pessoas, e também dispersão de idéias, cultura, assistência, mas muito mais do que isso, a fonte civil dos indivíduos.
Sendo a Igreja pertencente ao Estado pela constituição de 1824, todos os documentos registados por ela, como nascimento, casamento e óbito, principalmente, eram de fé pública e saiam daí para regerem o destino dos cidadãos.

A religião católica era ministrada, antes de 1855, em nosso meio, através das andanças dos padres que vinham desde a cidade do Rio Grande, em especial, do Taim. Recorrendo por meses nosso território, ora começando pelo lado da Mirim e voltando pela "Outra Costa", espargiam os sacramentos mais importantes, sendo essa atividade um transtorno para as pessoas que habitavam estas plagas sulinas. Nunca a gente sabia quando o representante da Igreja e, principalmente, das autoridades constituídas, iria passar por aqui, dificultando a vida legal das comunidades que habitavam nossa campanha. Esta situação foi uma das causas da vontade dos habitantes, principalmente os estancieiros, em criar uma povoação onde os mesmos pudessem ter instaladas as repartições públicas e mesmo uma capela onde oficiariam os rituais religiosos.
Em 1855, quando o cel. Manuel Corrêa Mirapalhete, reunido com outros potentados da gleba, fundou a Povoação de Andréa; seu primeiro ato contínuo à demarcação foi construir uma capelinha humilde, de madeira e coberta de palha e com uma grande vara para o sino, a fim de centralizar os anseios de todos. Mas logo a seguir, o mesmo comendador contatou o pedreiro Bernardo Cruspeire, imigrante "basco francês" (informação dada ao dr. Anselmo Amaral, historiador desta terra, pelo filho do empreiteiro, Bernardino Cruspeire, já em idade avançada) e começaram as obras do templo, de material e com uma torre para servir de reduto de fé e ofício. Relata ainda Anselmo Amaral que todos os dias, bem em frente ao prédio onde hoje está seu busto, o ancião levava uma cadeira e aí ficava por horas, assistindo aos árduos trabalhos de pedreiro e carpinteiro.
Há um anedotário contado pelo próprio filho de Cruspeire que, este estando no trabalho nos altos do prédio, escorregou e caiu de uma razoável altura e seria bem possível que um acidente grave iria acontecer com ele. Quando todos que ali estavam correram em seu socorro, este estava lavando-se em um tonel e nada lhe havia acontecido, já que caíra em cima de um monte de areia que se achava em baixo para servir como material de construção e o historiador, num rompante de poeta, afirmou- lhe que "fora o primeiro milagre de Santa Vitória em nossas terras"...
Em outro momento, como já foi citado em anterior crônica, os documentos que registravam a vida civil, feitos na Paróquia entre os anos de 1861 a 1890, foram perdidos num naufrágio na lagoa quando estes eram transportados para a diocese de Pelotas, num iate na altura do Pontal dos Afogados foi ao fundo. Graças ao zelo do padre José Vasques Gonçalves, sacerdote desta igreja, a transcrição dos assentamentos eram feitos em folhas e guardados em forma de livro, nossos conhecidos "borradores", e depois passada aos livros oficiais,que naquela ocasião ficaram nas profundezas das águas.
Estes "borradores" ainda estão em nossa comunidade, em mãos de herdeiros do padre José. Quando da instalação da República estes passaram a ter fé de ofício, já que foram criados cartórios na separação da Igreja como o Estado, mas a lei brasileira reconhece o valor de tais papéis, que depois de transcritos e assinados pelo pároco, servem como instrumento legal da comprovação de origem. Estes documentos foram muito usados como prova documental na herança de Domingos Faustino Corrêa, quando muitas pessoas precisavam, para se adjudicarem como herdeiros do celebre testamenteiro, provar sua origem Corrêa.
Estes foram dois momentos da atuação da Igreja Católica em nosso meio, que sempre se destacou na vida social e política desta gente, abrigando em seu seio a imagem da Santa Vitória, mandada pelo marechal Andréa em março 1856, e que ficou sendo a padroeira de Santa Vitória do Palmar.

Altares-mor em diversos momentos colocados no prédio

Livro formado pelos "borradores"


:: Pergunta da Semana ::

Quem foi e que profissão possuía Alcides Rocha?
Resposta: Alcides Rocha era uruguaio de Lascano. Depois de trabalhar no campo, veio para a cidade e passou a fazer a limpeza de nossos poços negros (entre 1930 a inicio de 1960). Trabalhador honesto, homem bem quisto e respeitado por todos era conhecido pela alcunha de MANDUCA.

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br