Quem somos
Coberturas
Notícias
Revista
Entrevistas
Enquetes
Arquivo
José Golgerci
Políbio Braga
Colaboradores
Zero Hora
Correio do Povo
Diário Popular
O Globo
Gazeta Esportiva
Clima Tempo
Weather Channel
UFPel
Tempo Agora
Banco do Brasil
Banrisul
Bradesco
Caixa Federal
Santander
Secretaria Fazenda RS
Receita Federal
Proc. Geral da União
TRT
TRE
INSS
Detran-RS
Consulta CEP
Lista Telefônica
 
 

MAURINDINA FEIJÓ DE SOUZA – uma dama voando nos céus de Santa Vitória do Palmar

A CRIAÇÃO DO AÉREO CLUBE

 

A nossa topografia e a claridade desta zona, sempre facilitaram que admirássemos os dia e as noites subtropicais e num constante olhar para o alto, pensando que por ali, devido a estas intrafegáveis lonjuras, seria o caminho de comunicação em tão passados tempos.
Desde a vinda do primeiro aeroplano que pousou nos campos onde hoje está localizada a base da Corsan perto do hospital, depois, quando passou em nossas alturas o Graf – Zepelin, mais tarde, a descida de hidroaviões na Mirim e por fim, a linha desde Rio Grande até a Barra do Chuí, com uma parada em Curral Alto, sempre tivemos a conciência de que, pelos ares, venceríamos as grandes distâncias. E assim foi:
Os maiores desafios de nossa gente sempre tiveram, como impulso, as grandes crises, como foi o caso que, em plena 2ª Guerra mundial, e no ano de 1941, no dia 7 de janeiro, um grupo de moradores daqui, resolveu unir-se e fundar uma entidade para a prática da aviação, onde sairiam pilotos para conduzir naves e onde a locomoção, principalmente em casos de urgência, faria a ligação entre os necessitados.
Por estes lados, a vontade de dirigir um aparato mais pesado que o ar, tendo a fé do Pai da Aviação, era latente, sendo que para isso, três jovens estudantes foram para a Escola Militar de Porto Alegre e de lá ingressarem na arma da Aviação. Refíro-me ao malogrado tenente Mario Aguiar, que faleceu num acidente dentro de caça de guerra, durante as comemorações da Semana da Asa. Tivemos, também, Flávio Castro, da estirpe familiar dos Sousa Castro, que chegou ao posto maior de Brigadeiro do Ar e o reconhecido patrício Wilson Policarpo de Azambuja, que também galgou aos píncaros da promoção, como seu companheiro.
Voltando ao Aéreo Clube, nomeamos os membros de sua primeira diretoria formada por:
Presidente – Guilherme Schultz Filho;
Vice-presidente – Gaspar Velasco Molina;
Secretário – Dirceu de Almeida Peres;
Tesoureiro – Francisco Rota Cava;
Secretário – Dirceu de Almeida Peres;
Tesoureiro – Francisco Rota Cava;
Diretor Social – Análio Rodrigues Rotta;
Instrutor técnico – Comd. Luis Leal Netto dos Reis;
Comissão de Contas – Niro Teixeira de Souza – Guilherme de Sousa Castro e Clóvis Rodrigues de Castro.
Mas agora, ressaltando a atuação do Aéreo Clube de Santa Vitória do Palmar, lembremos alguns de seus alunos que se desenvolveram na função de pilotos. Mario Donato, Fábio Spotorno, Bonifácio Estrella, Moacir Souza, Lino Rodrigues, Maurindina Feijó de Souza, José Antônio dos Santos, Dirceu Peres, Julia Fernandes.
Da. Maurindina saída das bandas de Curral Alto, veio para a cidade, onde desempenhou funções de funcionária pública na Justiça local. Apaixonada pela arte de voar, inscreveu-se como aluna na nova entidade e recebeu licença de piloto, fazendo sua preparação nos famosos Paulistinhas, os “Teco-Tecos” os Pipper, com um lugar na frente e outro atrás e nos Cesnas, com o banco onde voavam duas pessoas, lado a lado. Esta jovem aviadora exerceu de maneira amadora sua inclinação até o final do clube.
Outro que ficou perpetuado na memória dos santa-vitorienses, foi o Lino Rodrigues, taxista de profissão e que sendo “brevetado” na ocasião, serviu a comunidade onde nasceu. Como as dificuldades de locomoção pelas distâncias do interior, onde as estradas eram precárias e a passagem heróica, principalmente no inverno, um grupo de estancieiros locais comprou um avião dos já citados e o entregou ao comando e guarda do Lino que fazia seu trabalho para eles e também, aos particulares que necessitassem de cobrir léguas e léguas pelos ares, chegando rápido e seguramente a todos os nossos rincões e servindo de apoio à empresa de ônibus Atlântica, quando seus carros ficavam tempos na costa do mar, motivados pelo vento sul, chuvas ou pane, colocando em risco a segurança dos viajantes e este reunia as famílias dos que estavam apuros que enchiam sacolas de mantimentos e os transportava, jogando-os alto.
O Aéreo Clube teve dois instantes de grande repercussão trágica quando, Mario Donato sofreu um acidente às margens da lagoa Mirim, felizmente com poucos danos à sua pessoa. Noutro momento, nos campos do sr. Alberto Talayer, o instrutor Vilar e o fiscal do ICM, de nome Coimb

ra. O primeiro, embora com sérios ferimentos, salvou-se, mas o segundo veio a falecer no local.
Este é o resumo breve da vida do Aéreo Clube que, depois, de um longo recesso, em 1962, tentou voltar a atuar em nosso meio, sem sucesso.
Infelizmente foi uma MANICACA, expressão que na gíria da aviação, assemelha-se a uma “BARBEIRAGEM”, que fez com que associativo fosse extinto para ainda não voltar. Quem sabe se algum dia esquecendo-a tenhamos outro grupo voltando aos ares do sul.





 

 
Estatuto do Aéreo Clube de svp
 
Carta de licença para pilotar
 
Maurindina Feijó de Souza em frente ao avião
 
Grupo de estudantes da autoridade da aviação, tendo ao fundo o Teco-Teco onde faziam seu aprendizado (as 4 primeiras fotos são do arquivo da família de Maurindina sedidas por sua filha Leozina Feijó de Souza)
 
Outro estudante, o jóvem Bonifácio Estrela (propriedade da família)
 
Ficha médica do aprendis Fábio Ferreira Spotorno, expedida pelo Ministéreo da Aeronáutica (acervo do mesmo)

 



 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br